POLÍCIA
Com morte de Marielle, Lessa lucraria R$ 100 mi e criaria milícia
Na delação premiada à Polícia Federal, revelada nesse domingo (26/5), o ex-sargento da Polícia Militar Ronnie Lessa contou que lucraria R$ 100 milhões com as mortes da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. Lessa é apontado como o atirador responsável pelos assassinatos, e, segundo disse, um dos planos era criar uma milícia na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro.
Domingos e Chiquinho, identificados por Lessa como os mentores do crime, permanecem presos. A delação foi exibida pelo programa de TV Fantástico nesse domingo.
Lessa teria contado que a vereadora foi escolhida porque ela orientava as pessoas a não aderirem aos novos loteamentos das milícias. De acordo com o ex-sargento, um dos planos era, ainda, criar uma nova milícia na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, por meio da ocupação ilegal da região com sinal clandestino de internet e televisão, de gás residencial e de transporte.
“A gente ia assumir, na verdade, ia criar uma milícia nova. A questão valiosa ali é depois, é a manutenção da milícia, que vai trazer voto”, contou Lessa aos policiais na delação.
Ronnie aceitou o plano em troca de dois loteamentos no bairro de Jacarepaguá, o que, de acordo com ele, renderia mais de US$ 20 milhões em lucro, o equivalente a R$ 100 milhões. “Eu estive com eles por três ocasiões. O Domingos falava mais, e o Chiquinho concordava. É uma dupla, um fala mais e o outro só concorda”, contou Lessa aos policiais.
Não foi possível encontrar, no relatório, evidências concretas da criação da milícia.
Caso Marielle Franco
O ex-sargento Ronnie Lessa está preso na Penitenciária Federal de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. Segundo a Polícia Federal, ele teria efetuado os disparos que mataram Marielle e Anderson, em 14 de março de 2018, no centro do Rio de Janeiro.