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POLÍCIA

Criança autista tem braço rabiscado com ofensas homofóbicas em escola

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 Uma criança autista de 12 anos teve o braço rabiscado com ofensas homofóbicas e capacitistas enquanto sofria uma crise de ausência, um tipo de crise epilética que faz com que a pessoa perca a consciência durante poucos segundos e, em alguns casos, por minutos. O caso aconteceu na Escola Estadual João Octávio dos Santos, localizada no Morro São Bento, em Santos, no litoral de São Paulo, na última quarta-feira (20/3).

A mãe da vítima, Bárbara Aparecida Nogueira da Silva, de 38 anos, relatou ao Metrópoles que o caso ocorreu durante o horário de lanche da criança, momento em que ela estava sem o acompanhamento especial que tem na escola.

Na ocasião, um grupo de meninos se aproximou da vítima que, com medo, apagou devido a uma crise de ausência, uma condição comum em pessoas com epilepsia. Ao acordar, a criança notou o braço riscado com ofensas homofóbicas e capacitistas com dizeres “autista retardado” e “gay”. Segundo a conta, a escola disse que a ação aconteceu em um “ponto cego”, sem fiscalização.

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Bárbara ainda relatou que os casos são recorrentes. Um dos ataques sofridos pela vítima foi dentro do banheiro da escola, quando meninos cercaram a criança e tentaram pegar em suas partes íntimas para ver se “ele tinha mesmo”. A motivação dos ataques seria relacionada ao fato de o irmão do menino se assumir um homem trans.

A mulher também disse que está tentando marcar uma reunião com a escola e que vai ao local na próxima segunda-feira (25/3). Bárbara mencionou que a escola a chamou para um encontro nesta manhã mas que não compareceu pois tinha um compromissos com profissionais relacionados ao filho. A mulher diz que registrou boletim de ocorrência na Delegacia da Infância e Juventude (DIJU) de Santos, nesta sexta-feira (22/3).

Bárbara afirmou que, apesar da realidade enfrentada, o filho adora os professores da escola e que acredita que o local não pode pagar pela ação de alguns alunos. Embora reconheça o gosto da criança, a mãe acredita que a estrutura e a fiscalização oferecidas pelo governo não atende às necessidades do menino e alegou que “não existe inclusão no ambiente escolar”.

A Secretaria Estadual de Educação de São Paulo (Seduc) afirmou, por meio de nota, que recebeu as denúncias da mãe e que vai apurar as imagens da escola envolvida. Além disso, revelou ter convocado os responsáveis pelos alunos acusados a compareceram na unidade nesta sexta-feira.

A pasta também colocou à disposição do aluno um profissional do Programa Psicólogos na Educação, se a responsável permitir. A nota ainda esclarece que a equipe do Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar (Conviva SP) também acompanha o caso e “irá implementar estratégias de mediação de conflitos e trabalhos da cultura de paz na unidade escolar”.

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