O ex-deputado estadual Aureliano Pascoal, coronel da Polícia Militar e comandante da corporação em 1996, época da morte do mecânico Agilson Firmino da Silva, o “Baiano”, executado numa longa sessão de tortura na qual teria sido utilizada uma motosserra para lhe decepar braços e pernas, vai enfrentar o banco de réus mais uma vez, como envolvido no crime. Será no próximo dia 26 de outubro, no Tribunal do Júri Popular da Comarca de Rio Branco. O acusado está com sequelas da covid-19 após ter contraído a doença e ter passado vários dias entubados, além de outros problemas de saúde. O coronel também é pastor da Igreja Pentecostal Batista do Bosque, na Capital.
O crime é atribuído ao deputado federal cassado e coronel PM reforma Hildebrando Pascoal, que cumpre prisão domiciliar na Capital e que vem a ser primo de Aureliano Pascoa, o qual o havia indicado para o comando da PM naquela época.
Há 25 anos, o assassinato de “Baiano” foi parte de uma das maiores ondas de violência de que se tem notícia no país, com a Polícia Militar e outras forças de segurança procurando, além do mecânico, o patrão dele, José Hugo Alves da Silva, o “Huguinho” ou “Mordido”. Ambos eram acusados de terem assassinado, na virada do mês de julho para o início de agosto de 1996, no posto de Gasolina “Parati”, na esquina das ruas Izaura Parente com a Pernambuco, no bairro do Bosque, em Rio Branco, o vereador e tenente PM reformado Itamar Pascoal, irmão mais novo de Hildebrando Pascoal, então deputado estadual e candidato à Câmara Federal e seria eleito em 1998 para ser cassado e preso no ano seguinte.
Após matarem Itamar Pascoal no posto de gasolina, após uma discussão na qual o então tenente reformado da PM atingira José Hugo com um tapa, os dois fugiram rumo a Sena Madureira. Na noite daquele mesmo dia, enquanto José Hugo desapareceria do Acre par ser só encontrado e morto dois anos depois, no interior do Piauí, “Baiano” foi encontrado dormindo dentro do basculante de uma caçamba, em Sena Madureira.
Trazido preso para Rio Branco, “Baiano” teria passado por terríveis torturas para que revelasse o paradeiro de seu comparsa. Como não falava ou dizia não saber o paradeiro de José |Hugo, teve pernas e braços amputados por uma motosserra, razão pela qual sua morte é chamada de “Crime da Motosserra”.
Os acusados pelo crime, além de Hildebrando Pascoal, e outros membros de sua família, como Aureliano Pascoal, apontado como um dos homens que tomou parte na execução da vítima. O coronel já esteve no tribunal do Júri acusado como integrante do bando que comandou a execução, mas negou e foi absolvido. O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) recorreu da decisão e requereu novo julgamento, no que foi atendido e o reencontro do coronel PM reformado com um novo conselho de sentença vai ocorrer no próximo dia 26, na 1ª Vara do tribunal do Júri e Auditoria Militar.
O coronel Aueliano Pascoal e sua defesa não foram localizados pela reportagem do ContilNet para falarem sobre o assunto. O espaço continua aberto para que se manifestem sobre o caso, caso queiram.