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POLÍCIA

Enfermeira condenada à prisão perpétua por matar 7 bebês pode ser inocente, aponta comitê médico

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Lucy Letby é condenada por matar sete bebês Foto: Cheshire Constabulary/Handout via Reuters

A enfermeira britânica Lucy Letby, de 35 anos, considerada culpada pelo assassinato de sete bebês no hospital Condessa de Chester, em Liverpool, na Inglaterra, pode ser inocente. É o que aponta um comitê médico, que apresentou um estudo na última terça-feira, 4, afirmando que ela é vítima de “uma das maiores injustiças dos tempos modernos”.

Lucy foi condenada 15 vezes à prisão perpétua por mortes de bebês, que ocorreram entre 2015 e 2016. Segundo o The Guardian, o relatório foi feito junto de 14 especialistas renomados e apresentado pelo novo advogado de Lucy, Mark McDonald. Nele, os médicos dizem que há “uma evidência esmagadora de que a condenação não é segura”, isso porque não encontraram provas de que as crianças foram assassinadas.

O neonatologista canadense, Shoo Lee, presidiu o painel e afirmou que a equipe encontrou “muitos problemas com o atendimento médico” de muitos bebês e nada que apoiasse a alegação de que eles haviam sido atacados.

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O relatório, com 31 páginas, apontou causas alternativas de morte para quatro dos sete bebês pelos quais a enfermeira foi condenada por assassinar, alegando que a precariedade nos cuidados contribuiu para cada morte. “Em resumo, senhoras e senhores, não encontramos nenhum assassinato”, reforçou Lee.

O documento também concluiu que não havia “nenhuma evidência médica que apoiasse má conduta que causasse morte ou ferimentos” em nenhum dos bebês cujos casos eles examinaram. Além disso, foram apontados vários problemas no cuidado das vítimas, incluindo a falha em realizar adequadamente “procedimentos médicos básicos, atrasos em seu tratamento e diagnósticos incorretos de doenças”.

Lee também salientou que o hospital Condessa de ChesterL estava sobrecarregado, tinha problemas de encanamento e era composta por “números inadequados de clínicos adequadamente treinados”. “Se isso tivesse acontecido em um hospital no Canadá, ele seria fechado”, declarou.

A defesa da enfermeira entrou com recurso pedindo a revisão do caso por erro judicial junto à Comissão de Revisão de Casos Criminais (CCRC), que, por sua vez, disse que estava examinando formalmente o caso.

Relembra o caso

Lucy foi condenada em agosto de 2023 pela morte de sete crianças. A agência de notícias Reuters informou que as suspeitas contra a enfermeira só vieram à tona meses após as mortes, que ocorreram entre 2015 e 2016. Médicos ficaram preocupados com o número de mortes inexplicadas na unidade neonatal ao longo de 18 meses e chamaram a polícia.

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Durante as investigações, os policiais perceberam que ela sempre estava de plantão quando ocorriam as mortes. Na casa dela, os detetives encontraram documentos e anotações médicas sobre as crianças mortas. Ela também fez buscas nas redes sociais pelos pais dos bebês assassinados.

Em depoimento, a enfermeira disse que nunca tentou machucar os bebês e disse que o hospital tinha condições de higiene “inseguras”, e que isso causava as mortes. Ela também afirmou que os médicos estavam conspirando contra ela e que escreveu a carta em que afirma que é uma pessoa má porque se sentiu sobrecarregada.

Em um trecho da carta, ela dizia: “Eu os matei de propósito porque não sou boa o suficiente para cuidar deles. Sou uma pessoa horrível e má”.

Na época, a investigação concluiu que Lucy matou os recém-nascidos aplicando injeções de insulina e ar, enquanto estavam na UTI neonatal. Ela também alimentava as crianças à força com leite.

 

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