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POLÍCIA

Enfermeiro fake do amor é acusado de estelionato sentimental contra 8 mulheres

Publicado em

Denunciado por estelionato amoroso e violência psicológica contra mulheres, um falso enfermeiro se tornou alvo de investigação da Polícia Civil Civil do Distrito Federal (PCDF). Um grupo de vítimas se reuniu após ser enganado e sofrer prejuízos financeiros provocados pelo homem, que costumava fazer juras de amor eterno e prometer casamento.

Com lábia afiada, meticuloso e dissimulado, Fábio Gomes Batista, 42 anos, utiliza as redes sociais para conhecer mulheres e iniciar uma relação “amorosa” com várias delas, simultaneamente. Dono de pelo menos cinco perfis no Instagram e em sites de relacionamento, o “Don Juan virtual” costumava se apresentar como bombeiro militar ou enfermeiro. Dizia que trabalhava em hospitais particulares. No entanto, o suspeito atua como brigadista.

Enganadas, pelo menos oito mulheres vítimas do estelionatário amoroso criaram um grupo no WhatsApp. A troca de informações revelou o padrão criado pelo falso enfermeiro para seduzir, explorar e descartar as mulheres. “Ele sempre foi muito educado, extrovertido, romântico e tudo de mais perfeito. Depois de algum tempo, começavam as desculpas, de que precisava trabalhar muito, sempre em plantões noturnos”, contou uma das vítimas.

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Rede de mentiras

De acordo com uma da vítimas ouvidas pela coluna, Fábio usa vários números de telefone e frequenta diferentes academias, para não ser descoberto pelas mulheres com as quais mantém relacionamentos simultâneos. “Ele frequenta várias boates de Brasília e tem vários perfis diferentes nas redes sociais. Quando descobri fiquei apavorada, com medo de ter contraído algum tipo de doença”, desabafou.

Para cada uma das mulheres, o falso enfermeiro contava que morava em uma região administrativa diferente. “Comecei a desconfiar de muitas coisas desencontradas. Quando ele não estava comigo, dizia que estava trabalhando ou com os filhos. Descobri que ele nunca foi enfermeiro , nem registro no Coren [Conselho Regional de Enfermagem] tem”, afirmou uma das mulheres enganadas.

Algumas vítimas também relataram terem amargado prejuízos financeiros, após emprestarem quantias em dinheiro ao brigadista. Mulheres também contaram ter passado a sofrer de ansiedade e síndrome do pânico após se relacionarem com o enfermeiro fake. “Ficamos com o psicológico abalado, sem falar nos gastos que ele fez com cartão de crédito”, relatou uma das vítimas.

O outro lado

Procurado pela coluna, o brigadista afirmou que não tinham conhecimento sobre nenhuma apuração ocorrendo no âmbito da Polícia Civil. “Não tenho conhecimento. Eu sei que isso não é verdade, porque não fiz violência com mulher nenhuma. Muito menos estelionato”, resumiu.

O caso do enfermeiro fake é semelhante ao de um terceiro-sargento do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF), acusado de estelionato amoroso por 18 mulheres. Ao menos cinco ocorrências contra ele foram registradas na PCDF. Todas apuram o caso do militar que chegou a noivar, simultaneamente, com seis mulheres em um ano.

Raphael Martins Zille Ferreira, 38 anos, é investigado em uma das ocorrências policiais registrada por uma vítima. A mulher em questão se relacionou com o militar por cinco anos e tem uma filha com ele.

Além de ter uma série de namoradas — muitas na condição de noivas —, o terceiro-sargento desenvolveu uma espécie de “pirâmide do amor”, que funcionava com uso do dinheiro das vítimas. Ao pedir valores em espécie ou presentes para uma delas, o militar repassava os mimos para outra, e assim por diante.

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