POLÍCIA
‘Era um arquivo vivo’, diz promotor do MP sobre delator do PCC assassinado em aeroporto
O empresário Antônio Vinícius Gritzbach, de 38 anos, morto a tiros no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, na última sexta-feira, 8, era “um arquivo vivo” nas investigações sobre o crime organizado, em especial o Primeiro Comando da Capital (PCC), afirmou o promotor do Ministério Público de São Paulo Lincoln Gakiya.
“Estava envolvido em todo tipo de lavagem de dinheiro. Não só do PCC”, continuou Gakiya. “Havia uma ordem do PCC para matá-lo. Isso ele já sabia.”
As declarações foram dada pelo promotor, líder das investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), à Folha de S. Paulo. Segundo noticiado pelo jornal nesta quarta-feira, 13, em depoimentos ao Gaeco, Gritzbach revelou ter sido alvo de extorsão por parte de policiais e que os agentes teriam apagado conversas comprometedoras de seus celulares.
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Gakiya disse que o empresário acredita que o depoimento que havia dado à Corregedoria da Polícia Civil, há cerca de dez dias, teria sido vazado e seu conteúdo, com denúncias contra policiais, revelado aos investigados.
Segundo o promotor, o motivo da suspeita de Gritzbach era que, no dia do depoimento, um policial apagou uma publicação em rede social, na qual ostentava um relógio de luxo supostamente extorquido do empresário.
A atuação de policiais envolvidos na escolta de Gritzbach levanta suspeitas, especialmente pelo comportamento — considerado negligente pelo promotor — no momento do desembarque no aeroporto.
Gakiya também comentou a infiltração do crime organizado nos poderes do Estado, particularmente na segurança pública e demonstrou preocupação com o que chamou de “falência do Estado”. “Um atentado, um assassinato desse, à luz do dia, na saída do aeroporto mais movimentado do Brasil, foi justamente para passar um recado: Aquele que foi decretado, aquele que delatar, vai ser morto”, concluiu ao jornal.