POLÍCIA
Estudante baleado por policial reclama de morosidade da justiça
Após mais de três anos, o estudante Mateus da Silva Bernardo, que levou um tiro do policial federal Mayco Ferreira Medeiros, durante uma confusão em uma casa noturna no município de Epitaciolândia, reclama da morosidade da justiça.
De acordo com Mateus, após todos esses anos, o caso ainda não teve um desfecho. A vítima, que diz conviver, após o tiro, com transtorno, sequelas irreversíveis e danos psicológicos. “Eu tenho um enxerto, a minha cervical foi atingida, passei por cirurgias de grande risco, o nervo do meu braço foi atingido e tenho deformidade que me impede de fazer algumas atividades totalmente, além que sinto muitas dores”, conta.
Mateus foi baleado na calçada em frente ao local da festa. O policial federal alegou em depoimento que o tiro na vítima foi acidental e que só atirou para se livrar de agressões. Na investigação ficou claro que o estudante não tinha envolvimento com a confusão.
A vítima reclama da demora e do possível desfecho do caso, já que Mayco foi denunciado apenas por lesão corporal culposa, ou seja, sem intenção. “Quando teve a briga eu me afastei. Este caso ainda não ter tido um desfecho até hoje causa ainda mais revolta em mim. Só peço que ele seja punido pelo que fez. Incrivelmente absurdo ele ser denunciado por lesão corporal culposa quando claramente foi uma tentativa de homicídio”, diz a vítima.
A defesa de Mateus confirmou que o policial federal foi denunciado por lesão corporal culposa e que o Ministério Público ofereceu um Acordo de Não Persecução Penal, que é quando é feito um acordo para a extinção do processo. No caso de Mateus, foi proposto que Maycon arque, entre outras exigências, com uma indenização de R$ 30 mil à vítima.
“Não estou satisfeito com esse dinheiro, isso não faz justiça de maneira alguma”, diz o estudante.
A justiça aguarda a decisão de Maycon se concorda ou não com o Acordo de Não Persecução Penal.