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POLÍCIA

Ex-policial do Acre é condenado por traição à corporação e crimes sexuais contra adolescente

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Em decisão considerada emblemática para a segurança na região fronteiriça, o Poder Judiciário do Acre condenou o ex-agente da Polícia Civil Jaelson dos Santos Silva, conhecido como “Mima”, à perda definitiva do cargo e a penas de reclusão por traição à instituição e crimes sexuais. A sentença, assinada pelo juiz Guilherme Muniz de Freitas Miotto em 16 de dezembro de 2025, reconhece que ele se valer da função para favorecer o Comando Vermelho (CV) e explorar uma adolescente de 16 anos.

As investigações revelam que, em novembro de 2022, Jaelson usou seu acesso a sistemas sigilosos da Delegacia de Assis Brasil para consultar um relatório com fotos de armas e denúncias contra faccionados. Sem ordem de missão, dirigiu-se à casa de familiares dos investigados para alertá-los sobre ações policiais iminentes — ação que frustrou a operação e abalou a credibilidade da corporação na região estratégica.

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As denunciantes, uma mãe e sua filha, passaram a sofrer ameaças de morte, roubos e foram expulsas de casa pelos integrantes do CV. Nesse cenário de extrema vulnerabilidade, Jaelson ofereceu uma “proteção policial” falsa à adolescente, levando-a para sua residência, onde praticou atos libidinosos em quatro ocasiões. A sentença destaca o “abuso de poder” ao explorar a confiança e o desespero da vítima, que o via como última esperança.

Pelos crimes de divulgação de segredo funcional e importunação sexual em continuidade delitiva, o ex-policial foi condenado a 3 anos, 7 meses e 22 dias de reclusão (para os crimes sexuais) e 2 anos e 15 dias de detenção (para o vazamento de informações). O regime semiaberto foi fixado para o início do cumprimento da pena, em razão de reincidência — ele já tinha condenação anterior por crime sexual dentro de uma delegacia. Apesar disso, foi autorizado a recorrer da sentença em liberdade.

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Além disso, Jaelson ainda aguarda julgamento no Tribunal do Júri em 2026 por tentativa de homicídio em caso de briga de trânsito, ocorrido em seu dia de folga. Segundo a denúncia, ele perseguiu a vítima, que caiu de motocicleta e ficou inconsciente, e a agrediu violentamente. Mesmo tendo sido afastado do cargo e obrigado a entregar sua arma em 2023, essas restrições foram revogadas antes do desfecho do processo principal.

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