POLÍCIA
Exame constata estupro e MPAC abre investigação para apurar morte de criança indígena
O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) está acompanhando um caso de estupro de uma criança indígena de 7 meses de idade, da etnia Yawanawá, que veio a óbito na madrugada desta quinta-feira, 10, no Hospital Geral de Tarauacá.
O órgão controlador verificou todo o processo de atendimento médico de urgência à criança. Segundo o promotor de Justiça, Júlio César Medeiros, as providências cabíveis ao MPAC já foram tomadas, com instauração de procedimento e contato com as polícias Civil e Militar, que estiveram no hospital ontem à noite, para colher as primeiras informações.
“Já conversamos com o diretor do Instituto Médico Legal (IML) sobre o caso, sendo agilizada a perícia com o deslocamento de médico perito de Cruzeiro do Sul, a fim de se realizar o exame necroscópico, e a polícia civil já tem diligenciado. Portanto, reafirmo o compromisso do Ministério Público de combater com rigor todos os casos de estupro de vulneráveis, com a previsão de penas severas”, disse a promotoria de Tarauacá.
Estupro comprovado
O delegado de Polícia Civil, Railson Ferreira, alegou em vídeo, nas redes sociais, que a criança estava com problemas de saúde decorrente do estupro desde a última quinta-feira, 3.
“Na data de ontem [Quarta-feira], deu entrada no hospital geral de Tarauacá, uma criança indígena de 7 meses de idade, entrando às 13h e as 23 horas a criança veio a óbito, a mãe da criança relatou na delegacia de polícia que a criança morava com a família na região do rio Gregório, na aldeia Sete Estrelas, e a criança apresentava cansaço, febre alta e em razão disso, no dia 2 de março, a mãe trouxe a criança à cidade a fim de tratar da criança e começou a medicá-la com ibuprofeno, ocorre que apenas no dia de ontem a mãe resolveu levar a criança para o hospital, fato que chama a atenção, tendo em vista que desde o dia 2 de março que a criança já estava na cidade”, declarou.
Ferreira explicou que a equipe médica constatou as lesões no bebê que, inclusive, já passou por exame de conjunção carnal que comprovaram o estupro.
“Ocorre que, quando a equipe de enfermeiras atendeu a criança, perceberam que haviam lesões na região da vagina e na região do ânus, a médica plantonista, a pedido da Polícia Civil, elaborou um laudo de conjunção carnal, onde houve rompimento do hímen, ou seja, de fato, para a perícia houve o estupro de vulnerável. A polícia civil, buscando saber a causa da morte da criança, solicitou a presença do médico legista o qual veio de Cruzeiro do Sul, já foi realizado, na manhã de hoje o laudo de autópsia. Ouvimos algumas pessoas, incluindo o Conselheiro Tutelar e ainda na data de hoje a Polícia Civil, por meio do delegado, irá representar pelas prisões”, comentou.
Por fim, o delegado afirmou que assim que a prisão do autor do crime seja preso, deverá encaminhar o caso à justiça. “Tão logo as prisões saiam, iremos promover o ato de encarceramento e colocar as pessoas à disposição do poder Judiciário”, ressaltou.