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POLÍCIA

Extradição de Thiago Brennand é autorizada pelos Emirados Árabes

Publicado em

São Paulo – A extradição de Thiago Brennand, 42 anos, foi autorizada pelo governo dos Emirados Árabes Unidos, nesta quarta-feira (26/4). O herdeiro e empresário está foragido na Península Arábica há mais de seis meses. A informação foi confirmada ao Metrópoles pelo Itamaraty.

“Por meio de comunicação diplomática encaminhada à Embaixada do Brasil em Abu Dhabi e dirigida ao Ministério da Justiça e Segurança Pública [MJSP], o Ministério da Justiça dos Emirados Árabes Unidos formalizou a decisão judicial de autorizar a extradição do brasileiro Thiago Brennand”, informou o órgão diplomático.

O Ministério das Relações Exteriores acrescentou que o processo de implementação da extradição é conduzido pelo MJSP, “autoridade central para a cooperação jurídica internacional”. O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, escreveu em uma rede social que Brennand “será buscado com brevidade”.

Agentes da PF irão escoltar Brennand – que, em redes sociais, já postou fotos afirmando ser faixa preta em artes marciais.

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O empresário chegou a ironizar a possibilidade de ser preso, em áudios enviados a uma mulher via WhatsApp. Na gravação, Brennand desafia a mulher a denunciá-lo.

A Justiça pediu, em 6 de março, a prisão preventiva do empresário no processo em que a modelo e estudante de medicina Stefanie Cohen o acusa de estupro. A vítima afirma que a violência sexual ocorreu em outubro de 2021, em um hotel na capital paulista.

Existem quatro pedidos de prisão contra Brennand.

O primeiro se refere à agressão contra a modelo Alliny Helena Gomes, após uma discussão em uma academia na zona oeste paulistana. O ataque foi gravado por câmeras de segurança do local e, após a divulgação do vídeo, surgiram outras denúncias contra ele.

Brennand também teve a prisão decretada por corrupção de menores, por incentivar o filho menor a ofender Alliny, segundo denúncia do Ministério Público de São Paulo (MPSP).

Outro pedido de prisão refere-se à acusação de supostamente ter obrigado uma mulher a tatuar no próprio corpo as iniciais do nome dele e mantê-la em cárcere privado. Ainda há outra acusação de estupro, na cidade de Porto Feliz, no interior paulista.

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Defesa

A defesa de Thiago Brennand informou à Justiça que o cliente tinha a intenção de voltar ao Brasil no último dia 7 e se entregar para a Polícia Federal (PF).

Na ocasião, o advogado Eduardo Cesar Leite afirmou que o empresário se comprometeria a comparecer de imediato em juízo para entregar o passaporte. O defensor solicitou, também à época, que fosse revogado o pedido de prisão preventiva e a exclusão do nome de Brennand da lista de difusão vermelha da Interpol.

Procurado pelo Metrópoles nesta quarta-feira por telefone e mensagens, Leite não havia se manifestado até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para eventuais posicionamentos.

Extradição

O Itamaraty foi notificado pela Embaixada do Brasil sobre a comunicação do governo dos Emirados Árabes Unidos.

A extradição de Brennand, porém, é competência do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional da Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública (DRCI/Senajus).

Processos de extradição são autorizados nos casos em que o suspeito é alvo de investigações e processos penais em outros países, ou ainda se foi condenado.

“Ressalta-se que o instituto da extradição exige decretação de prisão preventiva ou condenação definitiva de pena privativa de liberdade e deve ser solicitado pelo Poder Judiciário”, diz trecho de nota do Ministério da Justiça e da Segurança Pública.

A PF afirmou ao Metrópoles, em nota enviada nesta quarta, não revelar informações sobre processos de extradição, “por questões de segurança”.

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