Facções controlam comércio ilegal de cigarros e impõem prejuízo de milhões ao Acre

O contrabando de cigarros no Acre atinge proporções alarmantes, com 48% dos cigarros consumidos no estado sendo provenientes do mercado ilegal, superando a média nacional de 36%. A prática, além de gerar um rombo de quase R$ 10 milhões nos cofres públicos em impostos não arrecadados no último ano, está sob o controle de facções criminosas, que impõem a venda de marcas específicas em bairros periféricos de Rio Branco.

A operação “Smoke”, realizada na última sexta-feira (11) pela Polícia Federal, Ministério Público, Receita Federal e Receita Estadual, visou combater o comércio ilegal de cigarros e alertar os comerciantes sobre a intensificação da fiscalização. Embora a operação tenha resultado em apreensões de pequena escala, o objetivo principal foi sinalizar que medidas mais severas serão tomadas caso a prática persista.

As investigações que antecederam a operação revelaram o profundo envolvimento de facções criminosas no controle do contrabando de cigarros, especialmente em áreas mais vulneráveis da capital. Essas organizações não apenas impõem a presença do produto ilegal, mas também ditam qual marca deve ser comercializada, demonstrando a infiltração do crime organizado no comércio local.

O promotor José Ednilson de Souza, que representa as instituições envolvidas na operação, ressaltou que a ação foi motivada por denúncias de comerciantes e empresários do setor legal, que sofrem com a concorrência desleal do contrabando. Estudos da Secretaria de Fazenda do Acre indicam que o estado deixou de arrecadar cerca de R$ 10 milhões em impostos devido à venda ilegal de cigarros no último ano.

A operação “Smoke” representa um passo crucial na luta contra o contrabando de cigarros no Acre, demonstrando a determinação do estado em combater o crime organizado e garantir a arrecadação de impostos para o desenvolvimento da região.