POLÍCIA
Filha do bicheiro Piruinha, Monalliza Neves Escafura é presa por associação criminosa
Filha do bicheiro José Caruzzo Escafura, o Piruinha, Monalliza Neves Escafura foi presa, nesta quarta-feira, durante uma operação do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ) e da Polícia Federal. Contra ela, havia um mandado de prisão em aberto por associação criminosa. Monalliza foi localizada pelas equipes do Morro do Vidigal, na Zona Sul do Rio. Foragida desde maio de 2021, ela foi levada para a Superintendência da PF no Rio, na Praça Mauá.
Piruinha também teve a prisão preventiva decretada. Para o MP, a liberdade de Monalliza representa um risco à ordem pública e à instrução criminal. Para José Caruzzo, devido à sua idade avançada, foi requerida prisão domiciliar com monitoramento eletrônico. Atualmente, ele se encontra sem tornozeleira eletrônica, que foi retirada durante uma internação médica.
Os policiais cumpriram também um mandado de busca e apreensão. Foram apreendidos celulares e tablets de Monalliza. Os mandados judiciais foram expedidos pela 1ª Vara Especializada em Organização Criminosa da Capital.
A investigação que resultou na prisão de Monaliza foi aberta devido às denúncias do comerciante de carros Natalino José do Nascimento Espínola, o Neto — morto em 2021 —, e Max Wanderson Marques Lopes em fevereiro de 2019. A apuração é de crimes de extorsão de valores na casa de R$ 50 mil, realizada entre fevereiro e março de 2017, além de ameaças. O crimes tiveram início em 2017, sob o comando de Monalliza e Piruinha. Para o MP, o caso revela um esquema complexo de extorsão e violência, com raízes profundas na exploração de atividades ilícitas.
Além dos dois, foram denunciados também Carlos Eduardo Menezes Machado, o Cadu, Paulo Henrique Carvalho da Silva e Suelem de Souza Neves. De acordo com o MP, com o apoio da PF, a extorsão era praticada com ameaças graves e a presença de homens armados.
A investigação aponta que Monalliza forçou Max a transferir direitos sobre dois lotes no valor de R$ 282.171,16 para Suelem de Souza Neves. Ainda conforme o MP, com o apoio da PF, Monalliza, Paulo Henrique e Carlos Eduardo expulsaram Max e sua família do apartamento onde moravam, avaliando o imóvel em R$ 300 mil, e tomaram posse dele.
O MP, com o apoio da PF, afirma ainda que Monalliza e José Caruzzo coagiram Natalino fazer a permuta de um imóvel em Vargem Grande por um apartamento na Barra da Tijuca, ambos bairros da Zona Oeste, assumindo uma dívida de R$ 330 mil. Posteriormente, exigiram que Natalino pagasse a totalidade da dívida.
Pai e filha absolvidos
Em abril deste ano, Monaliza foi julgada junto com o pai. Os dois e o policial militar Jeckson Lima Pereira eram réus pela morte o comerciante de carros Natalino. Piruinha era apontado como mandante do crime. Os três foram absolvidos pelo júri.
Com a decisão, as prisões preventivas de Piruinha e da filha foram revogadas, assim como medidas cautelares impostas contra os três acusados.
Natalino foi morto em julho de 2021, na Vila Valqueire, na Zona Oeste do Rio. Na denúncia, o MP afirmou que a motivação do crime foi dívida de R$ 500 mil. No julgamento, porém, o promotor opinou pela absolvição dos réus.