POLÍCIA
Golpista conhecido como ‘playboy da batida’ foi vítima de estelionato no DF

Preso por envolvimento em esquema de golpes em seguradoras, Glauber Henrique Lucas de Oliveira também foi vítima de estelionato em abril deste ano, quando teve cartões de crédito clonados. Conhecido como “playboy da batida”, ele foi um dos alvos da Operação Coiote, da Polícia Civil do Distrito Federal, e foi preso temporariamente.
As informações são da coluna Na Mira, do portal Metrópoles. A Polícia Civil foi procurada pelo Terra, mas informou que não fornece informações de antecedentes criminais ou policiais dos indivíduos envolvidos em incidentes policiais. A defesa de Glauber não foi encontrada, mas o espaço está aberto para manifestação.
O apelido veio do esquema criminoso que Glauber operava. Ele simulava acidentes de trânsito com carros de luxo para receber altos valores de indenização pagos por seguradoras. Apesar disso, ele acabou provando do próprio veneno, e chegou a registrar boletim de ocorrência como vítima de golpe pelo menos duas vezes, conforme o portal Metrópoles.
Glauber alegou que, em abril deste ano, foram feitas três compras utilizando o cartão de crédito dele, totalizando R$ 261. Os valores não haviam sido reconhecidos pelo “playboy da batida”, que comunicou ter sido vítima de estelionato à polícia, antes de ser preso.
Operação Coiote
Desde 2015, a organização criminosa da qual Oliveira fazia parte faturou cerca de R$ 2 milhões após simular 12 acidentes, destruindo 25 veículos de luxo das marcas Porsche, BMW, Audi, Volvo e Mercedes.
Nesta segunda-feira, 18, uma megaoperação da Polícia Civil do Distrito Federal desmantelou a organização criminosa. O grupo criminoso também contava com a participação de uma advogada, um ex-policial militar do DF, a mulher do PM e outros dois integrantes.
O ex-PM estava à frente do grupo. Ele foi expulso da PM por ter emitido 150 cheques sem fundos. Ele e Glauber adquiriam os veículos, registravam as ocorrências e envolviam parentes e amigos nos registros dos acidentes, contratação dos seguros e recebimento das indenizações.
A dupla contava com o apoio das esposas, uma delas advogada, que cediam os dados pessoais para o registro dos acidentes forjados, adquiriam veículos, contratavam apólices de seguro e recebiam indenizações.
A Operação Coiote prendeu seis integrantes da organização criminosa. Segundo a Polícia Civil, os acidentes forjados ocorreram nas cidades de Brazlândia, Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Vicente Pires e Brasília.
Todos os investigados serão indiciados pelo crime de organização criminosa, que prevê pena de reclusão de 3 a 8 anos. Além da prisão temporária do grupo criminoso, a Polícia Civil cumpriu seis mandados de busca em Taguatinga Norte, Vicente Pires e Ceilândia.
Os mandados de prisão e busca foram expedidos pelo Juiz Titular da Vara Criminal e Tribunal do Júri de Brazlândia, que também determinou o sequestro de 20 veículos e o bloqueio de R$ 2 milhões das contas dos seis investigados.
Modus operandi
Glauber e o ex-PM adquiriam os veículos importados usados e de difícil comercialização, alguns já com avarias. Os carros eram consertados e eram contratados seguros, com valor de indenização correspondente a 100% da tabela Fipe, muito superior ao valor de aquisição e conserto dos carros.
Depois, os investigados batiam os carros propositalmente, causando perda total dos veículos. Para driblar o mercado segurador e dificultar a descoberta de vínculos criminosos, os investigados revezavam-se na condição de proprietário, contratante do seguro, condutor, terceiro envolvido no acidente e recebedor da indenização, às vezes via procuração.
Também para dificultar a investigação, os investigados registravam as ocorrências dos acidentes na Delegacia Eletrônica, afastando questionamentos da polícia judiciária sobre o sinistro. Por fim, eles recebiam a indenização do seguro, baseada na tabela Fipe.
