POLÍCIA
Grávida morta há dois meses é intimada pela polícia a depor
Uma jovem morta há mais de dois meses em um acidente de trânsito foi intimada pela Polícia Civil a prestar depoimento em Curitiba. Manuela Queiroz Vicentini, de 19 anos, estava grávida, e morreu no final de abril no hospital.
Em junho, a família dela recebeu uma intimação da polícia informando que a jovem deveria comparecer à delegacia testemunhar em outra investigação na qual o motorista que causou o acidente denuncia a Polícia Militar (PM). Ele alega que não fez o teste do bafômetro por ter sido agredido pelos policiais.
A Polícia Civil reconheceu que errou na intimação (veja abaixo). Os familiares tiveram que ir até a delegacia para esclarecer que Manuela havia morrido.
O acidente
Segundo a polícia, o carro em que Manuela e o marido estavam foi atingido pelo veículo de Samuel Alisson Soares Barbosa. Ele dirigia embriagado e furou a preferencial. A jovem estava grávida de seis meses. A criança também morreu.
Uma câmera de monitoramento registrou a batida registrada em 18 de abril. Veja, no vídeo abaixo.
Samuel foi preso em flagrante por lesão corporal qualificada e embriaguez ao volante. Ele foi solto pela Justiça dias depois.
Erro na intimação
A intimação recebida pela família convocava Manuela para ir até a delegacia no dia 4 de julho. Os pais da jovem foram até o distrito policial na data marcada na intimação para esclarecer o erro.
Adriana Queiroz, mãe de Manuela, contou que a família informou o problema a um policial que fazia o atendimento e eles foram chamados para falar com a escrivã.
Supostas agressões da PM ao motorista
O advogado Ryan Antunes de Sá atua na defesa do motorista Samuel Barbosa e disse que o inquérito policial sobre o acidente foi concluído em maio. Eles aguardam o Ministério Público do Paraná (MP-PR) decidir se oferece ou não a denúncia.
A defesa afirma que Samuel está em liberdade, mediante o cumprimento de medidas cautelares e possui “recurso em sentido estrito no Tribunal de Justiça do Estado do Paraná que versa sobre a competência da Vara do Tribunal do Júri para julgar este caso”.
O advogado disse que não vão se manifestar sobre a investigação que apura as denúncias de agressão.