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POLÍCIA

Homem fingiu ser policial para conter atirador em ataque a escola: “Não tive medo”

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O prestador de serviços Joel de Oliveira, 62 anos, responsável por imobilizar ex-aluno armado que invadiu colégio em Cambé (PR) nessa segunda-feira (19/6), fingiu ser policial para conseguir impedir o agressor de continuar o massacre. Diante da abordagem, o atirador chegou a confundir o celular do homem com uma arma, como contou Joel aos veículos de imprensa locais.

Joel trabalhava em uma empresa ao lado do Colégio Estadual Professora Helena Kolody, quando ouviu os disparos e os gritos de desespero dos alunos. Ele relata que, ao chegar na porta da escola, não encontrou nenhum segurança ou policial.

“Eu escutei os tiros e me dirigi até o colégio. Chegando aqui no portão do Kolody, eu ouvi o tiro lá dentro, eu entrei ali e vi o que podia fazer pra salvar as crianças, porque estava todo mundo correndo. Aí, senti que tinha que fazer alguma coisa”, contou em entrevista à rede de televisão RPC.

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Logo depois de entrar na escola, Joel relembra que encontrou o assassino atirando contra uma vidraça. Quando se encontraram no corredor do local do crime, o prestador de serviços fingiu ser um policial para intimidar o agressor.

“Sou policial, para”

“Falei: ‘Sou policial, para’. Aí consegui dominar ele lá, deitei ele no chão e segurei até a polícia chegar. Não tive medo. Na hora, eu vim tentar salvar mais crianças”, diz. Nesse momento, o agressor pareceu ter confundido o celular de Joel com uma arma.

A Polícia Militar do Paraná (PM-PR) chegou ao local minutos depois da imobilização e prendeu o ex-aluno.

O prestador de serviços recebeu uma série de agradecimento por funcionárias que estavam na escola no momento do crime. Para elas, sem a ajuda de Joel, o número de vítimas poderia ser muito maior.

“Elas falaram que fui guiado por Deus, me agradeceram muito, porque a tragédia podia ser maior, né? O rapaz estava com muita munição e podia, em qualquer momento, atirar em todo mundo ali. Disseram que fui muito corajoso, que Deus guiou”, contou.

Relembre o caso

Um ex-aluno do Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé, no Paraná, entrou na instituição e atirou contra alunos, na manhã de segunda-feira (19/6). Dois estudantes foram baleados na cabeça e vieram a óbito. O agressor entrou na instituição de ensino dizendo que pediria o histórico escolar.

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O estudante Luan Augusto, de 16 anos, morreu na madrugada desta terça-feira (20/6), no Hospital Universitário de Londrina. Além de Luan, morreu Karoline Alves, 17, que era namorada dele. A polícia o prendeu após o atentado.

Luan e Karoline namoravam há pouco mais de um ano. Há postagens nos perfis dos dois, em redes sociais, mostrando o carinho entre eles. Por isso, a morte causou mais comoção ainda entre internautas.

As aulas no Colégio Helena Kolody foram suspensas até a semana que vem. Nas demais escolas estaduais de Cambé, as atividades também foram suspensas e voltam na quarta-feira (21/6).

Uma aluna que presenciou o ataque ao colégio relatou que o atirador ameaçou vários estudantes com a seguinte frase: “Todo mundo vai morrer aqui dentro“. “Ele falou assim: ‘Se não abrir essa porta, vai todo mundo morrer aqui dentro’”, lembrou a estudante. Uma outra testemunha gravou o momento em que o atirador grita: “Abre a porta porque sei que tem gente aí“.

O autor do ataque foi preso. Ele tem 21 anos e já havia esfaqueado um aluno em outra escola. Outro suspeito, também de 21, acabou detido, acusado de ajudar a planejar o ataque.

Com mais um atentado nessa segunda-feira (19/6), o Brasil já soma 25 ataques a escolas, que deixaram 139 vítimas nas últimas duas décadas, conforme mostra estudo do Instituto Sou da Paz. Ao todo, 46 pessoas foram mortas e 93 ficaram feridas — o estado de São Paulo lidera o ranking do país.

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