POLÍCIA
Influenciador T10 é preso por lavagem de dinheiro e tráfico internacional de drogas ligado a Bets

O influenciador digital Tácio Domingues, conhecido como T10, foi preso preventivamente nesta terça-feira, 14, por envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao tráfico internacional de drogas. A detenção aconteceu em meio à operação Narcobet, deflagrada nesta manhã pela Polícia Federal.
A operação cumpriu 11 mandados de prisão e 19 de busca e apreensão em quatro estados: Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Também foram determinadas ordens judiciais de bloqueio de bens e valores que somam mais de R$ 630 milhões.
T10 e sua esposa foram presos em suas residências, na cidade de São Paulo. Eles são acusados de integrar o esquema de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas operado pelo contador Rodrigo Morgado, também preso nesta terça-feira. A conta oficial de T10 no Instagram está suspensa.
Segundo o advogado de defesa de T10, Felipe Cassimiro, o influenciador não precisa se envolver com nenhuma atividade ilícita em razão de sua carreira digital. Ele também diz que não teve acesso aos autos da operação, e que as provas incriminatórias que levaram à prisão de T10 – transações financeiras com Morgado – não são suficientes para comprovar sua culpa.
“Quem não transaciona com seu contador? O que não foi explicado é qual seria o vínculo dessas transações com o que se apura na operação”, afirmou, em entrevista coletiva. Segundo ele, a Justiça ainda precisa comprovar a ligação de seu cliente com os supostos crimes.
Imagens divulgadas pela polícia mostram que, durante a operação, foram apreendidos carros de luxo, dinheiro em espécie, relógios e computadores.
A ação também conta com a cooperação da Polícia Criminal Federal da Alemanha (Bundeskriminalamt – BKA), responsável pelo mandado de prisão preventiva de um dos investigados que está em território alemão.
Segundo a PF, a Operação Narco Bet, como foi batizada, é desdobramento da Operação Narco Vela, que teve como objetivo a repressão ao tráfico de entorpecentes por via marítima a partir do litoral brasileiro.
“As investigações indicam que o grupo criminoso utilizava técnicas sofisticadas de lavagem de dinheiro, com movimentações financeiras em criptomoedas e remessas internacionais, voltadas à ocultação da origem ilícita dos valores e à dissimulação patrimonial”, explicou a corporação.
Ainda de acordo com a investigação, parte dos valores movimentados teria sido direcionado para estruturas empresariais vinculadas ao setor de Bets – apostas eletrônicas.
Os investigados poderão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa, com indícios de atuação transnacional.
