POLÍCIA
Investigação sobre o jogo do tigre é aberta no Acre após solicitação do Ministério Público
Após uma solicitação do Ministério Público, a Polícia Civil do Acre iniciou uma investigação sobre o jogo do tigre. O objetivo é identificar os casos e os envolvidos nesse jogo, incluindo influenciadores e financiadores locais. Mesmo sem casos registrados, a promotoria decidiu abrir o processo investigativo devido à gravidade do jogo.
O delegado-geral Henrique Maciel solicitou à equipe de inteligência que levante informações sobre possíveis vítimas desse jogo e avalie a necessidade de abrir um inquérito policial. Os dados devem ser entregues até sexta-feira, dia 8 de dezembro.
Embora não haja casos conhecidos no Acre, a promotoria considera o jogo do tigre uma atividade criminosa e irá requisitar a abertura de um inquérito policial para investigar os divulgadores e patrocinadores envolvidos. Além dos influenciadores, será investigada a empresa por trás do jogo e as pessoas que o financiam.
No Acre, há diversos influenciadores que promovem o jogo online, que promete rendimentos exorbitantes. Caso alguém se sinta lesado e queira denunciar o jogo ou os influenciadores, é possível fazer a denúncia de forma anônima na Delegacia de Polícia Civil através dos números 197 e 181. Também é possível denunciar online.
O jogo do tigre, uma versão brasileira do Fortune Tiger, é realizado online em smartphones e computadores. Essa plataforma tem sido alvo de investigações policiais devido a suspeitas de fraudes e endividamentos de pessoas.
Segundo o site oficial da Fortune Tiger na KTO, a aposta média dos brasileiros é de R$1,78, sendo que a aposta mais comum é de R$0,50. O site ainda afirma que há uma média de 75 apostas diárias e relata o suposto caso de uma pessoa premiada com R$270 mil.
No entanto, a advogada Beatriz Alaia Colin, do escritório Wilton Gomes Advogados, ressalta que o jogo do tigre é ilegal no Brasil. Ela destaca que os cassinos online são considerados jogos de azar, nos quais o resultado depende exclusivamente ou principalmente da sorte, e, por isso, são proibidos.
Tanto os jogadores quanto os prestadores de serviços podem ser penalizados. A legislação brasileira prevê penas de 3 meses a 1 ano de prisão para aqueles que estabelecerem ou explorarem jogos de azar em locais públicos ou acessíveis ao público, mediante pagamento ou não. Além disso, há previsão de multa.
“É importante conscientizar as pessoas sobre os riscos desse tipo de jogo ilegal e incentivar a denúncia para combater essa prática nociva à sociedade, disse a advogada.