POLÍCIA
Justiça decreta prisão temporária de chefes de torcidas de Flamengo, Vasco e Fluminense e veta organizadas por 5 anos
O Tribunal de Justiça do Rio decretou, nesta segunda-feira, a prisão temporária por 30 dias de quatro chefes de torcidas organizadas após pedido da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI). Eles (veja os nomes abaixo) irão responder pelos crimes de organização criminosa, lesão corporal grave e tentativa de homicídio.
- Anderson Azevedo Dias, presidente da Young Flu;
- Fabiano de Sousa Marques, da Força Jovem Vasco;
- Bruno da Silva Paulino, da Torcida Jovem do Flamengo;
- Anderson Clemente da Silva; presidente da Raça Rubro-Negra.
Posteriormente, o TJ-RJ também determinou a proibição das organizadas de Flamengo, Fluminense e Vasco para frequentar estádios pelos próximos cinco anos. Outros 16 integrantes das torcidas estão suspensos e serão monitorados eletronicamente. Eles têm até 72 horas para instalar as tornozeleiras eletrônicas na Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap). Foi autorizado ações de busca e apreensão nos bens das torcidas.
A prisão temporária dos chefes de torcida foi determinado pela juíza Ana Beatriz Mendes Estrella, enquanto o veto em estádio veio do juiz Bruno Vaccari Manfrenatti.
As decisões acontecem para dar sequência ao inquérito que visa identificar os possíveis autores das brigas entre organizadas antes de Flamengo x Vasco, pela Taça Guanabara. Nesta segunda-feira, os clubes também se enfrentam pela semifinal do Campeonato Carioca.
“Os indícios da autoria participação dos representados, presidentes de torcidas organizadas, é evidente, devendo ser destacado que estes já foram autuados no passado, no Juizado do Torcedor, como membros de torcida organizada, não sendo suficientes, por hora, a aplicação de medidas cautelares substitutivas da prisão, diante da sua posição de comando dentro das instituições que presidem, pois detentores do poder decisório sobre as ações de seus comandados, a maioria deles responsáveis diretos pela prática dos atos investigados”, diz um trecho da decisão de Ana Beatriz Mendes Estrella.
Ministério Público vê indícios como ‘frágeis’
Após a decisão, o Ministério Público do Rio de Janeiro se manifestou por acreditar que em “indícios frágeis” e pediu o indeferimento da decisão.
“Trata-se de representação pela decretação da prisão temporária para apurar os delitos do Estatuto do Torcedor, organização criminosa, lesão corporal grave e tentativa de homicídio. Compulsando os autos, não consta qualquer elemento indiciário acerca da autoria delitiva, mas tão somente a representação formulada pela autoridade policial. Dessa forma, oficia o MP pelo indeferimento do pleito em razão da fragilidade dos elementos informativos”, diz o texto.
Entenda o caso
A decisão acontece após membros das torcidas organizadas de Flamengo e Vasco entrarem em confronto antes do clássico pela Taça Guanabara, no dia 25 de fevereiro. Devido ao ocorrido, a Policia Militar suspendeu a Raça e a Jovem, do Flamengo, e a Força Jovem, do Vasco, por 90 dias. Dias depois, o Tribunal de Justiça do Rio decide pela ampliação da punição para tempo indeterminado.
A Young Flu, do Fluminense, e a Fúria Jovem, do Botafogo, também foram proibidas de frequentas praças esportivas após o Ministério Público do Rio de Janeiro determinar as novas medidas de afastamento e um novo termo de ajustamento de conduta (TAC).
A ideia de torcida única em clássicos no Rio de Janeiro surgiu posteriormente, mas foi descartada.