POLÍCIA
Manaus: Vizinha é presa por abuso infantil e levanta questões sobre a segurança das crianças
Choque e indignação tomaram conta de Manaus nesta quinta-feira (2), quando uma mulher de 47 anos foi presa sob a suspeita de abusar sexualmente de um menino de apenas 8 anos. A prisão ocorreu durante a Operação Caminhos Seguros, conduzida pela Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA). O que torna esse caso ainda mais grave é o fato de que a mulher era vizinha da criança e ocasionalmente cuidava dela, a pedido da mãe.
A delegada Joyce Coelho, titular da DEPCA, aproveitou a oportunidade para destacar alguns pontos importantes que devem ser seguidos por pais e responsáveis. Primeiramente, é crucial entender que qualquer pessoa pode ser um potencial abusador, independentemente de gênero. Os “monstros” que muitas vezes imaginamos não existem na vida real, e essa visão distorcida pode confundir as crianças. Os abusadores são pessoas reais, e, na maioria dos casos, são indivíduos em quem confiamos. É justamente essa confiança que facilita o abuso, pois se aproveita de uma relação de poder em que o adulto se sobrepõe à inocência da criança. É importante ressaltar que a criança NUNCA é culpada por esse crime hediondo.
Além disso, é fundamental compreender que tanto meninas quanto meninos podem ser vítimas de abuso. No entanto, infelizmente, a sociedade tende a enxergar o abuso contra meninos como uma estimulação sexual precoce que os transforma em “machos”, sem entender que uma das causas para o elevado número de casos de abuso é o machismo arraigado na sociedade. Meninos também são abusados, mas muitas vezes não denunciam por medo de terem sua sexualidade questionada. É importante observar que os casos de abuso envolvendo meninas causam um impacto maior na sociedade, enquanto os casos envolvendo meninos são menos discutidos.
Devemos ter em mente que o abuso sexual nem sempre é fisicamente doloroso, pelo contrário. Alguns estímulos podem gerar sensações de prazer que a criança ainda não entende, mas as consequências para ela são igualmente devastadoras e requerem acompanhamento especializado. Neste caso específico, o menino relatou à mãe que a vizinha estava “com inxirimento” e que o que ela fazia era “gostoso”. É alarmante pensar que uma criança de apenas 8 anos possa ter essa confusão em sua mente, acreditando que tal comportamento seja permitido, natural e aceito.