De acordo com os autos, o acusado queria assistir televisão, mas a esposa estava ouvindo música. Quando ele pediu para que ela diminuísse o volume, iniciou a discussão. Foram desferidos quatro golpes, até a vassoura se quebrar. As lesões na perna e na mão estão registradas no Exame de Corpo de Delito.
O réu, em seu interrogatório, admitiu a agressão, mas justificou que tinha acabado de chegar a casa e estava cansado, precisando descansar. Ele enfatizou que o comportamento da esposa o descontrolou.
No entanto, a juíza Carolina Bragança não aceitou as alegações da defesa sobre a vítima ter causado a situação, “nada há que justifique o emprego de violência, inexistindo situação de legítima defesa, mas de mera discussão entre o casal, que teve como resposta a agressão unilateral do réu e tentativa de defesa material da vítima, evidenciada pelo local das lesões”.
A magistrada também assinalou que o delito teve motivação fútil e destacou, por fim, que as circunstâncias narradas merecem maior reprimenda: “o crime foi cometido na presença de quatro crianças de diferentes idades, filhos do casal, tendo a conduta o caráter extremamente prejudicial aos infantes, pessoas em desenvolvimento nos termos do Estatuto da Criança e do Adolescente, além de ser um mau exemplo e contribuir para a formação da cultura machista e patriarcal nas crianças”. (Processo em segredo de justiça)