POLÍCIA
Mecânico é condenado a 17 anos por matar noiva a facadas em Rio Branco

O mecânico Simey de Menezes Costa foi condenado a 17 anos e seis meses de reclusão em regime fechado pela morte brutal de sua noiva, Ketelly Soares de Souza. O julgamento, realizado no Conselho de Sentença da 2ª Vara do Tribunal do Júri e Auditoria Militar de Rio Branco, culminou em uma sentença por homicídio qualificado, considerando a extrema violência do crime – mais de 30 facadas – e o contexto de violência doméstica que o precedeu. A juíza Helen Oliveira, além de proferir a sentença, fez uma breve, porém contundente, análise sobre a problemática da violência contra a mulher no Brasil. A decisão negou ao réu o direito de recorrer em liberdade.
A relação entre Simey e Ketelly, que vivia em união estável até uma semana antes do crime, era marcada por um ciúme doentio e possessivo. O acusado controlava rigorosamente a vida da vítima, ditando seus horários de trabalho, suas saídas e até mesmo suas visitas à família. Esse controle sufocante culminou na tragédia da noite de 8 de junho de 2024.
Vizinhos relataram ter ouvido uma discussão seguida de um silêncio inquietante. Ketelly foi encontrada morta em sua casa, na sala, com múltiplas perfurações de arma branca e sinais de espancamento. Simey fugiu na motocicleta da vítima, deixando o portão aberto, um detalhe que reforça a premeditação e a frieza do ato. Ele se entregou quatro dias depois na Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM).
A mãe de Ketelly, Dona Francisca Soares, expressou sua indignação com a sentença, considerando a pena branda. Sua preocupação é que, considerando os regimes prisionais brasileiros, Simey possa cumprir apenas uma pequena fração da pena antes de obter a liberdade condicional. A dor da perda da filha e a sensação de impunidade são sentimentos compartilhados por muitas famílias que enfrentam a violência doméstica.
Este caso brutal destaca a urgência de se combater a violência contra a mulher em todas as suas formas. O ciúme doentio, o controle excessivo e a escalada da violência são elementos recorrentes em casos de feminicídio. A sentença, embora represente uma condenação, levanta questões sobre a eficácia do sistema judicial em punir adequadamente crimes tão hediondos e proteger as mulheres de agressores. A luta por justiça e por uma sociedade mais segura para as mulheres continua. A breve análise da juíza sobre o tema durante o julgamento reforça a importância de se discutir e conscientizar a população sobre este grave problema social.
