POLÍCIA
“Morri junto com elas”, diz pai de família que foi brutalmente assassinada no MT
O motorista de caminhão Reginaldo Batista Cardoso, o pai da família que foi brutalmente assassinada no município de Sorriso, no Mato Grosso, em novembro do ano passado, comentou o caso pela primeira vez. Em entrevista à uma emissora local, que foi ao ar na última sexta-feira, 19, o homem contou como tem sido seus dias após a tragédia e pediu por justiça.
“Eu morri junto com elas. Esse cara, esse desgraçado, acabou com a minha vida também. Ele me matou junto com elas. Vou viver para o que hoje? Qual motivo eu tenho para seguir se eu não tenho elas mais”, disse Reginaldo ao SBT Comunidade.
A irmã de Cleci e tia das meninas, Elena Calvi, que foi a primeira familiar a chegar na cena do crime, também expressou revolta sobre o caso.
“Desesperador imaginar que alguém fez tanta crueldade com elas, levou a vida de um jeito que elas não mereciam. E elas eram tão amadas e protegidas de todas as formas”, disse sem esconder o choro. “Ninguém tinha o direito de tirar elas de nós”.
Agora a família pede justiça e tenta buscar mudanças na lei para reprimir os crimes e números de vítimas no futuro. “Não há como essa família ser reparada. É um dano emocional muito grande o que aconteceu. Porém, o estado tem sim a responsabilidade sobre o que aconteceu. Esse homem tinha dois mandados de prisão em aberto e ele estava circulando, estava convivendo em sociedade e isso não poderia acontecer. O estado, sim, tem que ser responsabilizado”, disse a advogada Dayany Arruda.
“Há um movimento aqui em Sorriso para que todos os empresários e todos os órgãos públicos façam pesquisas (sobre as pessoas que estão contratando) e a população vai ficar mais segura em relação a isso”, ressaltou a profissional.
A sobrinha da vítima, Cleci, tem pesquisado sobre a iniciativa e planeja oferecer a ideia para as autoridades. “A gente espera que a sociedade em si levante essa bandeira junto com a gente. Que veja como é difícil para uma família lidar com isso e queira mudar as leis da sociedade e não proteger demais esses criminosos”, diz Tauany Micheli.
“Eu creio muito em Deus. Espero que a Justiça seja rápida e seja certa. Que esse cara nunca mais saia da cadeira, que ele pague pro resto da vida dele. É o que eu quero”, afirmou Reginaldo.
Relembre o caso
O crime aconteceu entre a noite de sexta-feira, 24, e a madrugada de sábado, 25 de novembro. Contudo, só foi descoberto pela polícia na segunda-feira, 27. As vítimas foram identificadas como Cleci Calvi Cardoso, de 46 anos, Miliane Calvi Cardoso, de 19 anos, Manuela Calvi Cardoso, 13 anos, e Melissa Calvi Cardoso, de 10 anos.
O pedreiro Gilberto Rodrigues dos Anjos trabalhava em uma obra ao lado da casa da família. Em depoimento à Polícia, ele confessou que atacou as vítimas e possuía uma extensa ficha criminal.
De acordo com as investigações, a mãe foi a primeira vítima, sendo esfaqueada no pescoço. A filha mais velha saiu do quarto após ouvir a movimentação e foi atacada em seguida. O mesmo aconteceu com a de 12 anos. As três foram estupradas por Gilberto. A filha mais nova, de 10 anos, foi morta em seguida com asfixia.
Os corpos foram encontrados sem vida e com cortes profundos, demonstrando que as vítimas tentaram se defender.