POLÍCIA
Morte de amigas foi transmitida por videochamada para mandante de crime em MT, segundo polícia
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A Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão e prisão envolvendo a morte de Anna Clara Ramos Felipe e Ayla Pereira dos Santos, em Tangará da Serra (MT), na terça-feira, 18. As autoridades informaram ao Terra que o homicídio das duas amigas foi transmitido por videochamada.
Os corpos das jovens, ambas de 18 anos, foram encontrados nos fundos de uma casa no bairro Vila Nazaré, no último dia 29. As vítimas apresentavam sinais de tortura, como queimaduras pelo corpo, e estavam amordaçadas. Segundo a polícia, a transmissão ao vivo da morte das duas foi feita ao mandante do crime.
Ele está preso e ordenou o homicídio de dentro da Penitenciária Central do Estado (PCE). Inclusive, a Operação Disciplina, deflagrada para cumprir os mandados desta terça, foi contra esse homem.
Outro suspeito também teve a prisão decretada pela Justiça, mas continua foragido. O pedido de prisão foi solicitado pelo delegado Igor Sasaki, que encontrou evidências da participação dos dois suspeitos.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, durante as buscas, foram localizados aparelhos celulares e chips, que foram apreendidos e serão encaminhados para perícia.
“Com a operação conseguimos esclarecer esse grave duplo homicídio, conseguindo identificar todos os envolvidos no crime. As diligências seguem em andamento para prender o quinto envolvido no crime que segue foragido”, disse o delegado em nota divulgada pela polícia.
Na época do crime, três pessoas foram presas em flagrante por envolvimento, sendo duas delas no dia da localização dos corpos e a terceira no dia 30 de janeiro.
O crime
Segundo as autoridades, as jovens estavam desaparecidas desde o dia 28 de janeiro, conforme relatos de familiares. No entanto, já na quarta, a polícia recebeu a denúncia de que elas tinham sido mortas.
Durante as investigações para identificar os suspeitos do crime, a Polícia Civil chegou ao endereço de uma mulher, de 19 anos, que já era monitorada em uma operação contra o tráfico de drogas.
À equipe, a suspeita relatou que viu duas jovens amarradas dentro de uma casa na região e depois testemunhou que os corpos foram levados aos fundos do imóvel, em uma região de pasto, indicando o local.
Segundo a Polícia Civil, o corpo de Anna Clara estava escondido em uma moita e apresentava marcas de queimaduras nas costas. Ayla, uma jovem transexual, estava em uma cova rasa e também tinha sinais de queimaduras. As duas estavam com mordaças na boca.
Na casa próxima ao local onde os corpos foram encontrados, a equipe apreendeu uma barra de ferro, semelhante às marcas encontradas nas duas jovens, além de pá, picareta, uma escavadeira e porções de drogas. Todo o material foi apreendido e encaminhado à perícia.
Após o flagrante, a polícia também localizou um segundo suspeito de envolvimento no crime, um homem de 34 anos, que acabou detido e levado à delegacia. Ambos os suspeitos respondem pelo crime de ocultação de cadáver.
À TV Centro América, o delegado Igor Sasaki, responsável pelo caso, afirmou que as mortes aconteceram a mando de uma organização criminosa. No entanto, a Polícia Civil ainda investiga se as vítimas tinham envolvimento com facções.
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