POLÍCIA
MP e Polícia Civil reconstituem caso do bebê que foi levado vivo para funerária
O caso do bebê que apresentou sinais vitais após ser dado como morto ganhou um novo capítulo em Ariquemes (RO). A Polícia Civil e o Ministério Público de Rondônia (MP-RO) refizeram nesta terça-feira (31) o caminho que a criança percorreu após ser levada do hospital ao necrotério e de volta à unidade de saúde, quando um agente funerário percebeu que ela estava viva.
O caso aconteceu em dezembro de 2021. O bebê chegou a passar 15 dias internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas acabou falecendo. A reconstituição busca analisar se houve negligência médica.
De acordo com a Polícia Civil, participaram da ação a equipe médica, mãe e avó da criança e o agente funerário que percebeu que o bebê estava vivo. A reconstituição começou no centro de parto de Ariquemes, que fica anexo ao Hospital Municipal.
O delegado Leandro Balensiefer, responsável pelo caso, disse que ainda serão realizados outros procedimentos durante a investigação, como a exumação do corpo do bebê. A Secretaria de Saúde de Ariquemes também abriu uma processo para apurar os fatos.
Relembre a história
O caso aconteceu no dia 27 de dezembro de 2021. A mãe, uma jovem de 18 anos, procurou a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ariquemes sentindo fortes dores. Ela não sabia que estava grávida.
Segundo a mãe da paciente, a médica passou vários exames, mas o resultado só iria sair no dia seguinte e, por este motivo, ela e a filha voltaram para casa depois da medicação, ainda sem saber da gravidez.
As dores continuaram na madrugada e o bebê acabou nascendo em casa. No hospital, os profissionais de saúde teriam acreditado que a criança prematura tinha nascido morta.
Um agente funerário foi chamado para recolher o corpo até uma funerária. Algumas horas depois, enquanto preparava o corpo para o enterro, o homem percebeu que a criança apresentava sinais de respiração e batimento cardíaco e a levou até o hospital.
A família fez um boletim de ocorrência para denunciar negligência médica.
“A noite que ele passou inteira na funerária sozinho, sem atendimento nenhum. Depois quando constatou que ele estava vivo ele foi para UTI, foi intubado e tudo isso gerou complicações. Então eu continuo falando: a negligência é imperdoável”, disse a avó da criança.