MPAM desmantela esquema de “Funcionários Fantasmas” envolvendo policiais militares em Boca do Acre

Manaus, AM – O Ministério Público do Amazonas (MPAM) deflagrou uma ação civil pública por improbidade administrativa contra três policiais militares, incluindo um ex-comandante da 5ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), em Boca do Acre. A acusação central é a participação em um esquema de “funcionários fantasmas” que teria causado um prejuízo estimado de R$ 1.968.379,57 aos cofres públicos, entre 2018 e 2024.

A ação, liderada pelo promotor de Justiça Marcos Patrick Sena Leite, é um resultado direto da Operação Joeira, desencadeada em novembro pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco). As investigações revelaram que dois policiais recebiam salários regularmente, mesmo residindo em Manaus e dedicando-se a atividades privadas, enquanto deveriam estar em serviço em Boca do Acre.

Para sustentar a fraude, o então comandante da 5ª CIPM é acusado de falsificar escalas de serviço, atestando a presença dos subordinados no quartel. Em depoimentos de colaboração premiada, os próprios policiais admitiram a condição de “fantasmas” e a existência de um esquema de “rachadinha” com a participação do superior.

“O caso expõe um esquema estruturado que desviou quase R$ 2 milhões dos recursos públicos, demandando uma resposta rigorosa e responsabilização dos envolvidos”, declarou o promotor Marcos Patrick Sena Leite.

Na ação, o MPAM busca o ressarcimento integral do dano causado, uma indenização por dano moral coletivo no valor de R$ 500 mil, além da indisponibilidade dos bens, afastamento cautelar dos cargos, perda das funções públicas e suspensão dos direitos políticos dos investigados. A iniciativa reforça o compromisso do MPAM no combate à corrupção e na defesa do patrimônio público.