POLÍCIA
Mulher estava ajoelhada e tentou se proteger de tiros quando foi morta por marido PM junto com filha
O delegado Adelson Candeo informou que a pedagoga Elaine Barbosa de Sousa estava de joelhos e tentou se proteger dos tiros quando foi assassinada junto com a filha, de 3 anos, pelo marido e policial militar Rafael Martins Mendonça, em Rio Verde, no sudoeste de Goiás. Segundo a Polícia Civil, o soldado ainda baleou a outra enteada, de 5 anos, que foi levada a um hospital.
Até a última atualização desta reportagem, o g1 não havia obtido contato com a defesa do suspeito para que se posicione.
Em nota, a Polícia Militar lamentou o crime e disse que vai prestar todo apoio à família das vítimas. A corporação ressaltou que o militar estava de folga no momento do assassinato e que não usava arma da polícia.
O crime foi na noite de quarta-feira (14) e o policial militar foi preso logo depois. A situação foi descoberta após o PM ligar para um amigo, também militar, dizendo que tinha feito uma besteira e iria se matar.
A esposa, Elaine Barbosa de Sousa, e a filha, Ágatha Maria de Sousa, morreram na hora. A outra criança foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levada a uma unidade de saúde.
O g1 não conseguiu informações sobre o estado dela até a última atualização dessa reportagem. No entanto, o delegado contou que a menina passou por uma cirurgia, está hospitalizada, mas não corre risco de morrer.
A Polícia Militar disse ainda que abriu um procedimento administrativo disciplinar para tomar as medidas necessárias. O soldado está no presídio militar da cidade.
Segundo a Polícia Civil, o policial estava afastado do serviço nas ruas, fazendo o trabalho administrativo, devido a problemas psicológicos.
Policial Militar Rafael Martins Mendonça é preso suspeito de matar esposa e enteada, em Rio Verde, Goiás — Foto: Reprodução/Polícia Militar
Discussão e 13 tiros
Adelson Candeo detalhou que a mulher foi atingida com oito tiros e a filha dela, de 3 anos, com cinco, sendo um deles de raspão. O investigador contou que, durante perícia no local do crime, havia indícios claros de que a mulher tentou se defender dos disparos.
“Como ele relatou que teve uma briga, provavelmente ela estava de joelhos pedindo para que ele desistisse de dar os tiros. Muito provavelmente, quando ele começou a efetuar os disparos, ela ergueu o braço e recebeu vários tiros no braço. São claramente lesões de defesa”, contou.
Ainda conforme o delegado, além da posição em que o corpo foi encontrado, o perito também constatou que ela estava em uma posição ajoelhada ou achada com base nas marcas dos disparos.
“Quando uma pessoa está em pé e você atira, os tiros transfixam o corpo e batem na parede. No caso dela, todos os tiros estavam no chão. Ela recebeu oito tiros e os oito projéteis atravessaram o corpo dela e foram para o chão”, explicou.