Nove são presos preventivamente pela morte de Yara Paulino em Rio Branco

A Justiça Acreana decretou a prisão preventiva de nove indivíduos envolvidos na morte brutal de Yara Paulino da Silva, 27 anos, linchada em 24 de março na Cidade do Povo, Rio Branco. A decisão, baseada no inquérito concluído pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), segue a solicitação do delegado Leonardo Ribeiro.

A investigação revelou que Yara, dependente química, foi vítima de uma terrível injustiça. Falsamente acusada de assassinar a própria filha e ocultar o corpo, ela foi alvo da fúria de uma multidão. Após a propagação de uma informação mentirosa sobre o suposto crime, um grupo invadiu sua casa. Yara tentou escapar, mas foi brutalmente perseguida e morta em via pública, apanhada com pauladas, tijoladas e chutes. O corpo encontrado posteriormente na mata, inicialmente acreditado ser o da criança, era, na verdade, de um cachorro.

Entre os presos, está Francisco Cleidson de Souza Nunes (“Nenen”), suspeito de liderar uma organização criminosa na região e possivelmente o mandante do crime. Já detido no Complexo Penitenciário de Rio Branco, ele agora responde pela acusação de homicídio qualificado.

Sete outros suspeitos foram presos em operação simultânea na Cidade do Povo: João Gabriel Lima do Nascimento, Judson Duque de Barros, Leliane Alves da Silva, Patrícia Castro da Silva, Maria da Liberdade Silva Siqueira, Ismael Bezerra Freire (ex-marido de Yara) e seu irmão Misael Bezerra Freire. Gabriel Sales (“Facão”) foi preso posteriormente.

Os indivíduos presos responderão por homicídio qualificado e tortura, com exceção de Ismael e Misael Bezerra Freire, indiciados apenas por tortura. A prisão preventiva assegura que permaneçam detidos à disposição da Justiça enquanto o processo legal segue seu curso. O caso destaca a gravidade da violência e a necessidade de apuração rigorosa de crimes dessa natureza, além de alertar para os perigos da disseminação de informações falsas e irresponsáveis.