POLÍCIA
Operação da PF desmantela esquema de tráfico e lavagem de dinheiro envolvendo empresas de eventos e boates

Rio Branco, AC – Uma vasta operação da Polícia Federal, batizada de “Inceptio”, desarticulou na segunda-feira (15) uma organização criminosa que atuava no tráfico interestadual de drogas e na lavagem de dinheiro. A ação, que cumpriu nove mandados de prisão preventiva e 22 de busca e apreensão, teve como alvo empresários e sócios ligados a empresas de eventos e casas noturnas em diversos estados do país.
Entre os detidos estão os empresários André Borges e Marck Johnnes Lisboa, apontados como figuras-chave no esquema. Também foram presos os irmãos John Muller e Mayon Ricary Lisboa, além do primo e sócio Douglas Henrique da Cruz. A operação se estendeu por Rio Branco (AC), Porto Velho (RO), Ubá (MG), Camaçari, Ilhéus e Salvador (BA), Cabedelo (PB) e São Paulo (SP), demonstrando a abrangência da atuação do grupo.
Segundo a Polícia Federal, a organização criminosa operava desde 2019, enviando drogas do Acre para o Nordeste e Sudeste do país. Para lavar o dinheiro obtido com o tráfico, o grupo utilizava empresas de eventos e casas noturnas, incluindo a antiga boate Moon Club, que estava prestes a ser reinaugurada como Vitrine Club. As atividades da Vitrine Club foram suspensas em decorrência das investigações.
A Justiça Federal determinou o bloqueio de mais de R$ 130 milhões em contas bancárias e a apreensão de aproximadamente R$ 10 milhões em bens, incluindo imóveis e veículos de luxo. As investigações continuam em andamento, com o objetivo de identificar outros envolvidos e aprofundar o rastreamento do fluxo financeiro da organização.
As empresas ligadas aos presos também estão sob investigação por sua participação na venda de camarotes e contratação de artistas para a Expoacre Rio Branco 2025. O governo do Acre se manifestou, afirmando que todas as contratações foram realizadas de forma transparente e em conformidade com os processos licitatórios.
A atuação do grupo também é investigada em relação à ExpoSena 2024, onde a divulgação dos altos cachês de artistas como Batista Lima (R$ 500 mil), Fernanda Brum (R$ 350 mil) e Paraná (R$ 500 mil) gerou grande polêmica. A situação se agravou com a falta de transparência nos cachês da cantora Marília Tavares e do artista Matheus Lira, que não foram divulgados no Portal da Transparência da Prefeitura de Sena Madureira.
A Operação Inceptio representa um duro golpe contra o crime organizado e demonstra o compromisso da Polícia Federal no combate ao tráfico de drogas e à lavagem de dinheiro em todo o país.
