POLÍCIA
Operação prende garimpeiros e destrói balsas e geradores usados em garimpo na Terra Yanomami
Uma operação das Forças Armadas, em coordenação com a Polícia Federal, prendeu mais cinco garimpeiros ilegais na Terra Indígena Yanomami, nessa sexta-feira (15). A ação também destruiu quatro balsas e três geradores usados na atividade garimpeira. Ela aconteceu no âmbito da Operação Ágata Fronteira Norte.
As prisões aconteceram na região de Herebe, no interior do território indígena. Durante a ação, os policiais federais também apreenderam uma antena e 3,3 gramas de ouro.
Os garimpeiros foram transportados para Boa Vista (RR), onde foram submetidos a exames clínicos de higidez física. Em seguida, foram levados para a superintendência da Polícia Federal, junto com todo o material apreendido.
Policial federal durante operação contra o garimpo ilegal na TIY, em Roraima. — Foto: Divulgação/Comando Conjunto Ágata Fronteira Norte
Com as novas prisões, chegou a 151 o número de garimpeiros presos na Terra Yanomami durante a operação Ágata Fronteira Norte. De acordo com as Forças Armadas, a ação dá continuidade ao trabalho repressivo de combate a crimes transfronteiriços e ambientais na Terra indígena Yanomami.
Nessa sexta-feira, um relatório do Ministério da Defesa apontou que as áreas atingidas pelo garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami reduziram em 78,51% até o dia 12 de setembro de 2023, em comparação com o mesmo período do ano passado.
Os dados indicaram que até setembro de 2022, o garimpo ocupou 999 hectares e, em 2023, a área atingida é de 214 hectares — 785 hectares a menos. A redução de quase 80% na área atingida mostra que a presença de garimpeiros se mantém em pequenas áreas do território indígena, apresentando, nos últimos cinco meses, variação média de 4 hectares, segundo o estudo.
A operação Ágata Fronteira Norte é uma operação interagências coordenada entre Órgãos de Segurança Pública, Agências e Forças Armadas.
Terra Yanomami
Maior território indígena do Brasil, a Terra Indígena Yanomami passa por uma grave crise humanitária e sanitária em que dezenas de adultos e crianças sofrem com desnutrição grave e malária. Desde o dia 20 de janeiro, a região está em emergência de saúde pública.
Alvo há décadas de garimpeiros ilegais, o maior território indígena do Brasil enfrentou nos últimos o avanço desenfreado da atividade ilegal no território. Em 2022, a devastação chegou a 54% – cenário que tem mudado com as ações deflagradas desde janeiro deste ano.
A invasão do garimpo predatório, além de impactar no aumento de doenças no território, causa violência, conflitos armados e devasta o meio ambiente – com o aumento do desmatamento, poluição de rios devido ao uso do mercúrio, e prejuízos para a caça e a pesca, impactando nos recursos naturais essenciais à sobrevivência dos indígenas na floresta.
Materiais encontrados em garimpo ilegal na Terra Yanomami. — Foto: Divulgação/Comando Conjunto Ágata Fronteira Norte