A Polícia Federal (PF) achou três digitais na minuta encontrada na casa do ex-ministro Anderson Torres. O documento, que ficou conhecido como “minuta do golpe”, era um decreto ensaiando a instauração do Estado de Defesa e revisão do resultado da eleição presidencial em caso de derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo informações da CNN Brasil, os três fragmentos de digitais identificados pela corporação são de três pessoas diferentes e ainda serão identificadas. Segundo a reportagem, o trabalho de perícia realizado na minuta é “difícil, demorado e meticuloso”.
A investigação na minuta também visa identificar em qual impressora a cópia foi feita e se pode ter sido produzida em um órgão público. A PF identificará em qual aparelho o papel foi impresso através de características como marca, fabricante e modelo.
No texto da minuta dizia que, instalado o Estado de Defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), seria constituída uma Comissão de Regularidade Eleitoral. O grupo seria composto por oito membros do Ministério da Defesa (inclusive a presidência), dois membros do Ministério Público Federal (MPF), dois membros da Polícia Federal com cargo de Perito Criminal Federal e um membro cada dos seguintes orgãos: Senado Federal, Câmara dos Deputados, Tribunal de Contas da União (TCU), Advocacia-Geral da União (AGU) e Controladoria-Geral da União (CGU).
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Encontrada em buscas
A residência de Torres, que fica em um condomínio no Distrito Federal, foi alvo de uma operação da PF no dia 10 de janeiro por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A busca na residência do ex-secretário do DF, somada à prisão, foi resultado da suspeita de omissão dolosa, uma vez que Torres ocupava o cargo mais importante da segurança do Distrito Federal no dia 8 de janeiro, quando as sedes dos três Poderes foram invadidas por radicais golpistas.
A minuta é uma espécie de rascunho de decreto, que só teria validade se fosse assinado pelo presidente da República e publicado no Diário Oficial da União após ter sido aprovado pelo Congresso Nacional. O documento encontrado na casa do ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) cita um suposto restabelecimento da lisura do processo eleitoral – apesar de as suspeitas de fraude sugeridas por Bolsonaro nunca terem sido provadas.