POLÍCIA
PF faz operação para apurar crimes cometidos durante exploração de sal-gema em Maceió
A Polícia Federal (PF) realiza, na manhã desta quinta-feira, 21, a Operação Lágrimas de Sal, que investiga crimes cometidos no decorrer dos anos de exploração de sal-gema na cidade de Maceió (AL).
De acordo as autoridades, foram apurados indícios de que as atividades de mineração desenvolvidas no local não seguiram os parâmetros de segurança previstos nos respectivos planos de lavra, que visavam garantir a estabilidade das minas e a segurança da população.
Além disso, foram identificados indícios de apresentação de dados falsos e omissão de informações relevantes aos órgãos públicos responsáveis pela fiscalização da atividade, permitindo assim a continuidade dos trabalhos, mesmo quando já presentes problemas de estabilidade das cavidades de sal e sinais de subsidência do solo acima das minas.
Os investigados poderão responder pelos crimes de poluição qualificada, usurpação de recursos da União, apresentação de estudos ambientais falsos ou enganosos, inclusive por omissão, entre outros delitos.
Aproximadamente 60 policiais federais cumprem 14 mandados judiciais de busca e apreensão, dos quais 11 (onze) em Maceió/AL, 2 (dois) no Rio de Janeiro/RJ e 1 (um) em Aracaju/SE, todos expedidos pela Justiça Federal do Estado de Alagoas.
O nome da Operação “Lágrimas de Sal” é uma referência ao sofrimento causado à população pela atividade de exploração de sal-gema, que obrigou as pessoas a deixarem suas casas em razão do risco decorrente da instabilidade do solo nos bairros afetados.
A exploração de sal-gema na capital alagoana transcorreu de 1976 a 2019 e produziu como resultado uma severa instabilidade no solo de bairros como Pinheiro, Mutange, Bebedouro e adjacências, tornando a área inabitável, tendo em vista os riscos de desmoronamento de casas, ruas e fechamento do comércio, levando mais de 60 mil pessoas a terem que deixar os bairros.
No dia 10 deste mês, a área da mina 18, da Braskem, em Maceió, se rompeu. Fotos da Defesa Civil mostram como ficou o local após ser inundado pela água da lagoa Mundaú.