POLÍCIA
PMs são expulsos por peculato e rachadinha em Operação Joeira no município de Boca do Acre

A Polícia Militar do Amazonas (PM-AM) anunciou a expulsão do capitão Francisco Bruno Furtado e quatro cabos da corporação por envolvimento em crimes de peculato, rachadinha e falsidade ideológica. A decisão, tomada pelo comandante geral da PM-AM, Marcos Klinger dos Santos Paiva, e publicada no Diário Oficial, é resultado da “Operação Joeira”, que desmantelou uma organização criminosa dentro da própria instituição.
Furtado, ex-comandante da PM em Boca do Acre, era o principal alvo da operação. Ele se entregou à justiça em 15 de novembro de 2024, após a expedição de um mandado de prisão. O Ministério Público do Amazonas (MPAM) o acusa de liderar um grupo que se utilizava de suas funções para desviar recursos públicos, praticando furto qualificado, falsidade ideológica, peculato e corrupção passiva. A denúncia inclui a prática de “rachadinhas”, um esquema de desvio de salários de subordinados.
A Operação Joeira, que contou com o apoio da Polícia Civil, resultou na apreensão de mais de R$ 30 mil em dinheiro, diversos bens de luxo em um condomínio de alto padrão em Manaus, e material com características de substância entorpecente. O MPAM também obteve uma decisão judicial que garante medidas assecuratórias superiores a R$ 1.000.000, visando à reparação dos danos causados ao Estado do Amazonas e outros lesados.
A gravidade dos crimes cometidos e a posição de liderança de Furtado dentro da PM-AM reforçam a necessidade de punições exemplares. A expulsão dos militares envolvidos demonstra o compromisso da corporação em combater a corrupção interna e manter a integridade da instituição.
Além do caso da Operação Joeira, Furtado também é investigado em outro processo, desta vez por grilagem de terras em parceria com o pecuarista Sidney Zamorra, envolvendo disputas pela propriedade da fazenda Polatina, palco de conflitos entre jagunços e posseiros. Este caso demonstra a extensão das atividades ilegais atribuídas ao ex-capitão e a necessidade de investigações mais aprofundadas para elucidar todos os envolvidos e as ramificações destes crimes. A expulsão dos militares representa um passo importante no combate à corrupção, mas as investigações devem continuar para garantir a justiça e a responsabilização de todos os envolvidos.
