Polícia investiga duas hipóteses para morte de Moisés Alencastro: latrocínio ou crime de ódio por homofobia

A morte de Moisés Alencastro de Souza, colunista social e ativista cultural de 59 anos, encontrado sem vida em seu apartamento no bairro Morada do Sol na noite de segunda-feira (22), continua envolta em questionamentos. Embora a polícia inicialemente levantasse a hipótese de latrocínio, detalhes da cena do crime e da dinâmica dos fatos abrem a possibilidade de um ataque motivado por homofobia.

O caso teve início com a localização do carro da vítima abandonado na região de Quixadá. Ao identificar o proprietário do veículo, um agente policial entrou em contato com uma amiga de Moisés, que tentou localizá-lo sem sucesso e registrou o desaparecimento.

Conforme informações apuradas, a última pessoa a estar com o ativista entrou no apartamento junto a ele, sem sinais de arrombamento ou violência no acesso. Nada foi levado do local, mas essa pessoa saiu utilizando o carro de Moisés e trancou a porta ao deixar. Posteriormente, a mesma amiga voltou ao imóvel — que ainda estava fechado — e, com ajuda de terceiros, abriu a porta, encontrando o corpo no interior.

Moisés estava sem roupas e apresentava múltiplas perfurações no corpo, além de um corte no pescoço provocado por objeto cortante. Não foram encontrados sinais de luta ou indícios de que o apartamento tivesse sido revirado, levando investigadores a considerar que ele pode ter sido atacado enquanto dormia. A única propriedade confirmada como furtada foi o carro e o celular.

Nas redes sociais, amigos e representantes da causa LGBTQIA+ já apontam para o ódio como motivação. O vereador André Kamai escreveu: “A história se repetindo como tragédia”, enquanto o cineasta Sérgio Carvalho, amigo de longa data, questionou: “Mais um de nós, até quando? Como enfrentar o ódio que tira tanto de nós?”, ao publicar uma foto de Moisés lendo um livro com o mesmo título da pergunta.

A polícia informou que ambas as hipóteses estão sendo investigadas e que novas informações serão divulgadas à medida que o inquérito avança.