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POLÍCIA

Polícia no AC investiga saques em conta de aposentado desaparecido com esposa desde 2016

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Praxedes e a mãe de seu filho, com a qual ele teria uma relação problemática, desapareceram numa tarde/Foto: Reprodução

O delegado de Polícia Civil Samuel Mendes, da área de homicídios e proteção à pessoa, deve oficiar à Justiça ainda esta semana pedindo a quebra do sigilo bancário do servidor público aposentado da Assembleia Legislativa do Estado do Acre (Aleac), Arnaldo Reis Praxedes, conhecido como “Arnaldo Quebeiro”. Ele desapareceu em Rio Branco (AC) aos 63 anos de idade, em 2 de junho de 2016, em companhia da estudante Rairleny Ganum da Silva, de 20 anos, com a qual tinha um filho de quatro anos na época. A polícia quer saber quem e de onde estariam movimentando a conta bancária do desaparecido.

O ofício deve ser dirigido às agências bancárias instaladas na Capital, principalmente ao banco da Amazônia, onde os servidores da Aleac, incluindo os aposentados, têm conta-salário. Informações que circulam entre amigos e pessoas próximas a Praxedes dão conta de que, mesmo com ele desaparecido há mais de seis anos, sua conta teria movimentação.

As informações só vêm reforçar o mistério que ronda o caso. Praxedes e a mãe de seu filho, com a qual ele teria uma relação problemática, desapareceram numa tarde em que ele havia ido a casa da mulher buscá-la sob a promessa de que a levaria para uma entrevista de emprego. Após o desaparecimento, o carro de Praxedes, um Ford do tipo Fiesta, de cor prata, foi encontrado incendiado no ramal do Pica-Pau, região da Praia do Amapá, no Segundo Distrito da cidade.

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A partir daí foram iniciadas as investigações sob a linha de sequestro ou de latrocínio. Mesmo com tanto tempo, não há pistas sobre o que aconteceu ao casal, se está vivo ou morto. As famílias das vítimas têm versões e opiniões diferentes sobre o que aconteceu. Familiares de Arnaldo acham que ele e a namorada estão mortos. Parentes da jovem, no entanto, acreditam que ambos estão vivos e morando em algum lugar escondidos.

O fato é que “Arnaldo Quebeiro”, que produzia o quitute para a venda quando estava de folga do trabalho como garçom na Assembleia Legislativa, era uma pessoa polêmica acusado com frequência de pedofilia. Ele era apontado como a pessoa que estuprava os meninos com os quais trabalhava na venda de quibes, razão pela qual a relação com a namorada era sempre um ponto de atrito.

O pedido de quebra de sigilo bancário a ser feito agora na verdade é apenas um reforço ao pedido feito em junho deste ano pelo delegado Pedro Paulo Buzzolin, então responsável pelas investigações. Passados quatro meses do pedido, o delegado informou que teve o retorno de apenas uma das contas de Praxedes, que, segundo ele, não há movimentação.

Polícia Civil tem ainda mais dois casos misteriosos para resolver: as morte de um-ex-prefeito e de um professor em Rio Branco.

As famílias dos desaparecidos acusam a Polícia Civil de não tratar o caso com a urgência necessária e sem a importância para um duplo desaparecimento. A assessoria de imprensa da Polícia Civil, no entanto, defende a instituição informando que todo o esforço da investigação está sendo feito e lembra que o órgão trabalha também com outros dois casos misteriosos.

Um deles é o do assassino do ex-prefeito de Plácido de Castro, Gedeon de Souza Barros, assassinado em maio de 2021, em Rio Branco, executado a tiros, dentro do carro, quando parou para atender uma ligação no telefone celular, na Via Chico Mendes. Mais de um ano depois do crime, a Polícia não tem pistas do assassino.

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Outro caso envolto em mistério para a Polícia no Acre é a morte do professor de educação física Marcelo de Araújo Brígido, de 42 anos. Ele foi assassinado em junho deste ano no Bairro Bonsucesso, em Rio Branco, após ter a casa invadida por duas pessoas. O crime ocorreu na frente da esposa e do filho, de 9 anos.

Brígido era professor e tinha um centro de treinamento no bairro. Ele estava em casa com a família, quando arrombaram a porta, entraram no local e efetuaram pelo menos sete disparos. A esposa dele presenciou o crime e disse que apenas se jogou com o filho no chão, segundo informou um familiar que preferiu não se identificar.

Como não tinha passagens pela polícia nem problemas com inimizades, sua morte entrou para a lista de casos misteriosos da Polícia local porque não há pistas sobre a motivação ou a identidade dos assassinos.

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