POLÍCIA
Polícia ouve familiares de garoto que matou pais e irmã na zona oeste
A equipe de investigação do 33º Distrito Policial de São Paulo começa a ouvir nesta quarta-feira (22/5) familiares do adolescente de 16 anos que matou os pais e irmã no último dia 17 e conviveu com os corpos por dois dias no bairro Vila Jaguara, na zona oeste de São Paulo. O objetivo é mapear o comportamento do garoto e entender se ele já havia se envolvido em episódios de violência.
Chamou a atenção da polícia a frieza com que o menor de idade descreveu o crime. A motivação, segundo ele, seria o fato de os pais terem confiscado seu celular.
Durante o depoimento, o menino ficou surpreso ao ser informado que seria detido e encaminhado para a Fundação Casa e disse que, se possível, faria tudo de novo.
O adolescente contou em detalhes que pegou a arma do pai, que era guarda civil municipal de Jundiaí, na região metropolitana da capital, e, assim que ele chegou em casa, por volta das 13h, deu um tiro em sua nuca.
A irmã, que estava no andar de cima da casa, foi morta em seguida, após perguntar de onde veio o barulho de disparo. A mãe foi morta horas depois, às 19h, assim que chegou em casa e se deparou com o corpo do marido.
O garoto só comunicou a polícia sobre o ocorrido na madrugada dessa segunda-feira (20/5). No período em que conviveu com os corpos na casa, manteve sua rotina, fazendo refeições ao lado dos corpos e indo à academia.
Os corpos do pai do adolescente, Isaac Tavares, de 57 anos; da mãe, Solange Gomes, de 50; e da irmã, Letícia Gomes, de 16, foram enterrados nessa terça-feira (21/5) no cemitério da Lapa, na zona oeste de São Paulo.
Teste de higidez mental
O adolescente foi encaminhado para a Fundação Casa, onde pode cumprir medida socioeducativa por no máximo três anos. A equipe de investigação trabalha com a possibilidade de que o adolescente seja submetido a um exame de higidez mental.
Se ficar comprovada insanidade, ele pode ficar internado por tempo indeterminado.
Uma das linhas de investigação leva em consideração a possibilidade de o adolescente ter decidido matar os pais por motivo fútil — o fato de ficado sem seu celular. Isso, segundo a polícia, poderia ser um agravante.
Coparticipação
A Polícia Civil também investiga se o adolescente de 16 anos agiu sozinho ou se foi influenciado por terceiros.
A equipe de investigação do 33º Distrito Policial da capital encaminhou o aparelho celular e o computador do garoto para a perícia. A polícia pretende mapear e analisar as movimentações do garoto nas redes sociais e em trocas de mensagens.
Em um primeiro momento, a equipe de investigação não encontrou indícios de que o menor infrator tenha sido incentivado por alguém a matar a família. No entanto, nenhuma hipótese é descartada.