POLÍCIA
Polícia prende ex-marido e outros sete no caso da morte de Yara

O assassinato brutal de Yara Paulino, ocorrido em março deste ano em Rio Branco, chocou a população e expôs a crueldade do chamado “tribunal do crime”. Nesta terça-feira (29), a Polícia Civil prendeu oito pessoas envolvidas no crime, incluindo Ismael Bezerra, ex-marido de Yara e pai de sua filha desaparecida, Cristina Maria, e um irmão de Ismael. A operação, realizada no conjunto habitacional Cidade do Povo, desvendou parte da trama que culminou na morte violenta de Yara.
Yara foi vítima de uma acusação falsa: a de ter assassinado sua própria filha recém-nascida. Esse falso pretexto serviu de justificativa para o “tribunal do crime” submetê-la a uma sessão de tortura implacável que resultou em sua morte em via pública. A confusão se deu devido à descoberta de restos mortais de um animal em um saco de ração, erroneamente identificados como o corpo da bebê. A criança permanece desaparecida, aumentando o sofrimento e a angústia dos familiares.
O delegado Leonardo Ribeiro confirmou a presença de Ismael na casa de Yara durante a tortura, contradizendo o depoimento do próprio. Além de Ismael, duas mulheres também participaram ativamente das sessões de tortura. A origem do boato que desencadeou a tragédia ainda é investigada, mas a polícia acredita que um morador local confundiu um saco de lixo com o corpo de Yara, dando início a uma sequência de eventos que culminou em sua morte.
A investigação destaca a forte ligação entre os criminosos e facções criminosas, com seis dos oito presos tendo envolvimento direto com essas organizações. Entre os detidos, há um suposto líder que pode ter ordenado a execução de Yara. Além das prisões, a operação resultou no cumprimento de dez mandados de busca e apreensão, demonstrando a magnitude da operação policial.
O delegado-geral Henrique Maciel reforçou que as investigações continuam, com a expectativa de novos desdobramentos que possam elucidar o paradeiro de Cristina Maria. O caso de Yara é um exemplo chocante da violência e da injustiça que assola a sociedade, uma tragédia que exige uma resposta contundente das autoridades e uma profunda reflexão sobre a fragilidade da vida humana diante da barbárie. A busca pela justiça e a elucidação completa dos fatos são cruciais para que casos como este não se repitam.
