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POLÍCIA

‘Queria matar Alexandre de Moraes e quem estivesse juntos’, afirma à PF ex-mulher de autor de atentado

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Francisco Wanderlei Luiz escreveu recado no espelho da casa onde morava Foto: Reprodução/GloboNews

A ex-mulher de Francisco Wanderlei Luiz, autor das explosões na Praça dos Três Poderes, em Brasília, afirmou à Polícia Federal que o homem “queria matar o ministro Alexandre de Moraes e quem mais estivesse junto na hora do atentado”. Ela foi localizada em uma cidade no interior de Santa Catarina –de onde o bolsonarista saiu para mudar para Ceilândia, no Distrito Federal.

De acordo com Daniela Lima, da Globo News, as declarações de Daiane foram registradas informalmente, mas ela já está sendo levada à uma delegacia para formalizar seu depoimento. A PF teria apurado ainda que o autor do atentado compartilhou as pesquisas que fez para planejar o crime que executou na noite de quarta-feira, 13.

Quando recebeu os registros das pesquisas feitas por Francisco, ela o questionou: “Você vai mesmo fazer essa loucura?”.

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A investigação até o momento aponta que ele integrava grupos radicais. A ex-esposa afirmou ainda que ela, ele e demais integrantes desse grupo chegaram a fazer parte do acampamento golpista em Santa Catarina, pedindo pelo ato antidemocrático de 8 de janeiro.

Na casa que ele alugou em Ceilândia, a Polícia também encontrou uma inscrição no espelho, relacionada ao ato terrorista de 2023. Ele escreveu: “DEBORA RODRIGUES, Por favor não desperdice batom. Isso é para deixar as mulheres bonitas. Estátua de merda se usa TNT.”

Segundo a reportagem, a PF acredita que a mensagem deixada foi para Débora Rodrigues, presa por vandalizar a Estátua da Justiça com a frase: “Perdeu, Mané”.

Outras figuras conhecidas eram ameaçadas

Francisco, foi candidato a vereador em 2020 pelo PL de Santa Catarina, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A GloboNews aponta que, de acordo com o informe da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), ele era conhecido por publicar ameaças contra ministros do STF, além de políticos e outras figuras públicas, como jornalistas, nas redes sociais.

Em seus posts no Facebook, conforme descreve o documento, ele afirmou que haveria bombas escondidas nas casas de políticos como o vice-presidente, Geraldo Alckmin, e os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e José Sarney, e que explodiriam em 72 horas.

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Ele também convocou uma “revolução” que teria início em 15 de novembro. Comparou a PF com a Gestapo, da polícia secreta oficial da Alemanha Nazista, e à SS (Schutzstaffel) – organização paramilitar ligada ao Partido Nazista–, e pediu a Donal Trump, presidente eleito nos Estados Unidos, que enviasse uma “operação Storm”.

Também se dirigiu aos generais Freire Gomes e Tomás Paiva, pedindo que “se por acaso for decretado Estado de sítio”, ficassem “ao lado do povo”, “do contrário, a inteligência vai entrar em ação”.

Ele ainda falou ao diretor-geral da Abin, afirmou que os discípulos guerreiros da divindade” estariam em toda a América Latina. O homem postou foto de dentro do plenário do STF afirmando que “deixaram a raposa entrar no galinheiro”. A foto é de uma visita ao órgão em 24 de agosto.

O relatório da Abin diz que em imagens postadas, Wanderleu indica que havia plenajeado tirar a sua vida no ataque, pois afirma: “Vamos brindar??? Não chores por mim! Sorria!!! Entrego a minha vida para que as crianças cresçam com liberdade[…]”. Em agosto ele havia postado uma “carta aos interessados”, convocando protestos contra o judiciário por todo o país.

Ele é réu por várias ações penais, entre elas, incolumidade pública, por infração de medida sanitária, crime de desobediência e furto.

O ataque

O crime ocorreu por volta das 19h30 desta quarta-feira, 13, em frente ao STF, em que Francisco detonou artefatos explosivos e morreu no local. Ele teria percorrido cerca de 400 metros até morrer, após o carro em que estava explodir. Essa é a distância entre o local onde o corpo dele foi encontrado e o veículo que pagou fogo.

Ao menos duas explosões foram ouvidas em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF). A primeira teria sido no carro, estacionado no anexo IV da Câmara dos Deputados. No veículo incendiado próximo ao local também foi encontrado “uma bomba caseira”, com objetos explosivos e tijolos.

O caso ocorreu durante uma sessão da Câmara, que foi suspensa. A área foi isolada pelas forças de segurança e o prédio do STF, evacuado.  A Polícia Civil e a Polícia Federal investigam o caso.

O incidente gerou preocupação e medidas de segurança foram reforçadas na região. Após o ocorrido, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) fez varredura no entorno do Palácio do Planalto, para buscar outros explosivos.

Testemunhas teriam visto o suspeito se aproximar do prédio do STF e, em seguida, ouviram as duas explosões, que tiveram intervalos de cerca de 20 segundos entre elas.

Em nota, o STF confirmou que “dois fortes estrondos foram ouvidos” ao final da sessão de hoje e que os ministros, servidores e colaboradores foram retirados do prédio. “Ao final da sessão do STF desta quarta-feira (13), dois fortes estrondos foram ouvidos e os ministros foram retirados do prédio em segurança. Os servidores e colaboradores do edifício-sede foram retirados por medida de cautela. Mais informações sobre as investigações devem aguardar o desenrolar dos fatos. A Segurança do STF colabora com as autoridades policiais do DF”, diz o comunicado.

 

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