POLÍCIA
Servidora pública federal é vítima de golpe milionário aplicado por Don Juan do louvor
No submundo dos golpes e das ilusões, um homem conhecido como o Don Juan do Louvor utilizou sua lábia afiada e relações cristãs para enganar e ludibriar pessoas inocentes. Investigado pelas polícias civis do Distrito Federal e do Acre, Abrahão Silva Evangelista, de 30 anos, deixou um rastro de destruição e prejuízos nas duas unidades da Federação.
Apresentando-se como empreiteiro e dono de uma suposta construtora, Abrahão conquistou a confiança de uma servidora pública federal, prometendo realizar seu sonho de construir um templo de louvor. Com a promessa de casamento e uma suposta relação abençoada por Deus, ele convenceu a vítima a transferir quase R$ 1 milhão para sua conta.
No entanto, quando chegou o momento de reaver o dinheiro, a servidora se deparou com a verdade cruel. Abrahão não apenas havia embolsado a quantia, mas também ofereceu uma casa como garantia, que na verdade estava alienada em nome de um banco e já havia sido vendida para outra pessoa. O sonho se transformou em pesadelo, e a vítima percebeu que havia caído em um golpe elaborado.
Desesperada, a servidora iniciou uma investigação por conta própria e descobriu que Abrahão acumulava processos judiciais por ações trabalhistas e de execução. Vítimas que amargaram prejuízos e funcionários que nunca receberam seus salários devidos abriram processos no Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios e no Acre.
Diante das tentativas frustradas de recuperar seu dinheiro, a vítima foi ameaçada pelo golpista. Em uma ligação telefônica, Abrahão esbravejou, demonstrando sua falta de escrúpulos e crueldade. Sentindo-se ameaçada, a servidora registrou uma nova ocorrência e solicitou medidas protetivas, que foram deferidas pela Justiça.
Apesar de todos os esforços, a vítima conseguiu reaver apenas uma pequena parcela do valor perdido, cerca de R$ 30 mil, levando em consideração os juros e correções bancárias. Parte dos bens adquiridos pelo estelionatário, como veículos de luxo, foram colocados em nome de suas secretárias, que supostamente seriam suas cúmplices.
Diante das acusações, Abrahão se defende através de sua advogada, alegando que as acusações são infundadas e absurdas, sem qualquer prova substancial de um suposto crime de estelionato. No entanto, a vítima e as evidências dos processos judiciais contam uma história diferente.