Segundo o jornal Clarín, Valiente foi liberado da cadeia porque a Justiça considerou que não há indícios suficientes para manutençaõ da prisão. A informação foi confirmada pelo advogado do empresário, Rafael Cúneo Libarona.
“O juiz (Martín) Del Viso ordenou pela falta de mérito por todos os delitos sobre os quais estava sendo acusado e determinou a imediata libertação”, explicou a defesa do empresário.
Sáenz Valiente alega que a queda foi acidental após o que teria sido, de acordo com ele, um surto psicótico de Emmily. Ela teria consumido drogas alucinógenas, conforme atestam exames laboratoriais. A família da jovem, no entanto, nega que a brasileira fazia uso entorpecentes e, de acordo com áudios obtidos pela polícia, Emmily gritou e pediu socorro pouco antes da queda.
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O empresário argentino foi acusado de homicídio qualificado por feminicídio, posse ilegal de arma e fornecimento de drogas. De acordo com o advogado, os depoimentos das mulheres que estavam com a vítima no local da morte colaboraram com a tese de surto psicótico da jovem.
“Os depoimentos das meninas que estiveram no local do crime foram muito importantes, pois mostram que Emmily vinha consumindo drogas, álcool e que teve um tremendo surto psicótico. Uma delas, às 8 da manhã, disse ‘Eu vou embora daqui porque essa menina me dá medo’. Então aí nós comprovamos o surto psicótico”, defendeu.
Na madrugada da tragédia, o empresário deu uma festa privada com quatro mulheres no próprio apartamento na capital argentina. Todas eram brasileiras moradoras de Buenos Aires.
Gritos de socorro
Testemunhas contaram que, no dia da morte da brasileira, houve uma briga entre Emmily Rodrigues e Sáenz Valiente. Segundo um policial contou à agência argentina de notícias Telám, as investigações devem “apurar se a mulher se jogou ou foi jogada”.
“Sáenz Valiente disse que a jovem de 26 anos, que ele não identificou, se alterou e se aproximou de uma janela voltada para a rua, mas como não conseguiu abri-la, foi para outro área e pulou de outra janela que tem vista para o vão do prédio”, disseram policiais ao jornal La Nación.
Já a amiga da vítima, Juliana Mourão, declarou à polícia que os dois discutiram e Emmily chegou a agredir o empresário antes de cair da janela. Testemunhas chamaram a polícia depois da queda. Antes, foi possível ouvir gritos da brasileira por socorro.
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“Sempre que saíamos, a Emmily nunca bebia demais, ela nem gostava de cerveja. Ela tomava duas taças de champanhe e mantinha a postura. Ela sempre foi muito classuda. Ela era bem vaidosa e cuidava muito da própria saúde. Ela nunca cometeria suicídio. Isso é um caso de feminicídio”, afirmou a estudante de Gestão Empresarial Joicy Claudia.
Emily era de Salvador e trabalhava em uma agência de turismo para brasileiros. Ela encontrou Juliana e Valiente por acaso em um restaurante peruano. De lá, eles foram para a casa do empresário, que é conhecido por promover festas na casa dele.