POLÍCIA
Suspeito de matar empresário durante relação íntima é indiciado; fio foi usado no crime
Um empresário foi morto após se encontrar com um rapaz que conheceu em um aplicativo de relacionamento, em Vitória, no Espirito Santo. Durante mais de um mês, a Polícia Civil investigou o caso e concluiu o inquérito nesta semana. Agora, Breno Ribeiro Freire, 26 anos, já é considerado réu por ter asfixiado e matado David Dal Rio da Silva com fio de ferro de passar, durante o ato sexual. Ele está preso.
Conforme as autoridades, os dois se conheciam há cerca de quatro meses e se relacionavam esporadicamente. Pelas imagens de câmeras de monitoramento do prédio de David, é possível vê-lo subindo até o imóvel pelo elevador junto do autor, por volta das 17h. Nas imagens, a vítima se mostra bastante carinhosa com Breno.
Cerca de três horas depois, o jovem sai sozinho do local, furtando o carro do empresário. Ele foi preso no dia seguinte ao crime, ao tentar fugir de uma perseguição com a Polícia Militar. De acordo com o delegado titular da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Marcelo Cavalcanti, ao ser abordado ele alegou que não sabia que havia matado a vítima.
No entanto, após a prisão, ele confessou o crime, alegando que teria sofrido um estupro por parte de David.
“O autor detalha que ele sempre foi ativo, e, naquele dia, a vítima o forçou a ser passivo, falando até de um possível estupro. Por conta disso, eles tiveram uma briga e matou a vítima”, detalha o delegado.
Breno também disse que não tinha a intenção de matar o empresário, mas a polícia contesta a versão, bem como o possível estupro ser a motivação do crime.
“No conjunto da investigação, a gente entende que a motivação tem um cunho financeiro. […] A intenção dele era matar a vítima para só depois efetuar o furto [do carro]. O objetivo sempre foi tirar uma vantagem financeira dele. Seja uma mesada ou outra coisa”, diz o delegado.
As autoridades destacam a frieza do autor no crime, já que, após o estrangulamento, ele tomou banho, colocou ração para o cachorro da vítima, e saiu do local tranquilamente, conforme mostram as imagens do elevador do prédio.
“Ele sai tranquilo, como se tivesse matado uma barata”, afirma o delegado-geral, José Darcy Arruda.
Outro ponto narrado pela polícia é que o jovem alegou que David era muito possessivo, mas a versão também não se sustenta, pois todas as pessoas ouvidas pela investigação disseram o contrário.
“Todo mundo fala que a vítima era uma pessoa boa, um cara de bem com a vida, que queria curtir”, destaca Cavalcanti.
O Ministério Público do Espírito Santo (MP-ES) denunciou Breno por homicídio qualificado e furto, com aumento de abuso de confiança, e a Justiça aceitou a denúncia. Ele já é considerado réu.
O Terra tentou localizar a defesa de Breno, mas não conseguiu. O espaço permanece aberto para qualquer manifestação.