POLÍCIA
TJ confirma sentença de réu que matou caseiro da chácara da família de Petecão
A Justiça do Acre negou um pedido para anular a pena de Mauricélio Gomes Pereira, condenado pelo latrocínio do idoso Argemiro Figueira de Farias, de 74 anos. A decisão foi da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Acre. Os desembargadores negaram a apelação criminal apresentada pela defesa do autor do crime.
No recurso, o advogado pediu a nulidade do processo por conta da ausência do laudo cadavérico e também a absolvição de Mauricélio por faltas de provas para a condenação. Mas o relator do processo Desembargador Samoel Evangelista, disse que os indícios colhidos no local do crime, apontam para morte violência
Consta ainda, que as duas armas da propriedade rural foram roubadas pelo então acusado. Para o magistrado está comprovado o fato, ou seja, o crime e também sua autoria. O voto do relator foi acompanhado pelos os demais magistrados, que negaram o pedido por unanimidade.
O corpo do idoso Argemiro Figueira de Farias, de 74 anos, foi encontrado por vizinhos, na tarde de 25 de junho de 2020. Na chácara de propriedade da família do Senador Sérgio Petecão, localizada na BR-364, região do Santa Cecília. De acordo com a perícia, o crime aconteceu entre os dias 19 e 20 do mesmo mês. A casa estava toda revirada e duas armas foram subtraídas.
Mauricélio Gomes foi preso por investigadores da Delegacia de Combate a Roubos e Extorsões da Polícia Civil, a DCORE, meses depois do latrocínio. O réu foi localizado na região do município de Boca do Acre, no Amazonas.
Entenda o caso
Em junho de 2020, um corpo em estado de decomposição foi achado dentro da chácara da família do senador Sérgio Petecão e da vereadora Lene Petecão, ambos do PSD-AC. Argemiro de Figueira de Farias, de 73 anos, era amigo da família Petecão e morava há muitos anos na chácara, que fica na BR-364, na saída de Rio Branco.
Vizinhos sentiram falta do idoso e pularam a parte de trás da propriedade e acharam o corpo próximo da piscina. A casa onde Farias vivia estava revirada com todos os móveis e pertences fora do lugar. A família informou que o senador já havia sido informado sobre a situação, mas estava no hospital com uma filha que sofreu um acidente.
A Polícia Civil esteve no local para tentar identificar o que houve. O Instituto Médico Legal (IML) recolheu o cadáver e levou para exames para descobrir como Farias foi morto. A reportagem tentou contato com o plantão da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
Abalada com a morte do idoso, a vereadora Lene Petecão destacou que Farias era considerado uma pessoa da família, que morava há muito tempo no local, desde quando a mãe dela se mudou para a propriedade.
Ele dividia a chácara com um caseiro, que se mudou do local recentemente.
“Como ele era sozinho, uma vizinha dava conta dele para a gente. Avisava quando precisava de algo e a gente corria lá, levava remédio e outras coisas. Sentiu falta dele e achou hoje [quinta, 25] à tarde”, explicou.
O marido da vereadora esteve na propriedade e disse ter visto ainda manchas de sangue no local. Lene confirmou que o idoso era ativo, não tinha problemas para se locomover e ajudava a cuidar da chácara.
“O Petecão tem uma chácara para lá e quando ia sempre parava para falar com ele. A gente tinha uma relação muito próxima com ele, só que moramos na cidade e ele na chácara, que era a casa da minha mãe. Mesmo depois que a mãe morreu ele ficou lá, não tiramos”, lamentou.
A vereadora acredita que o idoso possa ter sido vítima de latrocínio. Porém, a família ainda não sentiu falta de nenhum pertence da propriedade.
“Meu marido disse que desligaram a geladeira, carne e frango estavam podres. Ele cuidava da criação das galinhas, dos patos. Era um homem bom, de família, educado. Toda semana a gente ligava para saber se estava tudo bem”, concluiu.