POLÍCIA
Vi a perna dele voando, diz mãe de jovem atropelado por modelo
Um adolescente caminha com a mãe numa calçada da orla da Barra da Tijuca, no Rio. Eles resolvem atravessar a pista para colocar os pés na areia da praia. No caminho, João Gabriel é atingido por uma moto em alta velocidade – e morre no local.
Bruno Krupp, o piloto da moto, dirigia sem habilitação. A prisão de Bruno trouxe à tona um passado violento. Ele é investigado por estupro e estelionato. Três mulheres contaram ao Fantástico que foram violentadas por ele. E o Fantástico também conversou com a mãe de João Gabriel, que perdeu seu único filho, um menino de 16 anos.
O acidente a que Bruno Krupp se refere aconteceu numa avenida a beira mar, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, na semana passada. Causou a morte de um adolescente e trouxe à tona várias outras acusações contra o modelo.
Uma câmera registrou o momento em que mãe e filho atravessavam em direção à praia. João Gabriel teve a perna amputada no momento do impacto.
Socorro médico e cirurgia
A mulher que aparece correndo nas imagens em direção a mãe e filho (veja no vídeo acima) e que se abaixa ao lado deles é a médica mineira Priscila Rocha, que passava por acaso no local do atropelamento.
Mãe e filho tinham acabado de sair de uma confraternização familiar. Eles decidiram atravessar a avenida para passar na praia antes de ir pra casa.
João Gabriel foi levado para o hospital, passou por uma cirurgia e não resistiu.
Estelionato e estupro
Durante as investigações esta semana, a polícia divulgou que Bruno Krupp tinha sido parado em uma blitz da lei seca três dias antes do atropelamento, com a mesma moto sem placa, e se recusou a fazer o teste do bafômetro.
A polícia levantou também que o modelo é investigado por estelionato – e que em julho, uma mulher registrou um boletim de ocorrência contra ele por violência sexual. Uma jovem de 21 anos foi até a delegacia acompanhada do pai e contou que foi estuprada pelo modelo.
Uma mulher de 28 anos, que prefere não se identificar, ao saber da denúncia desse caso pelos jornais, postou na sua rede social que passou pela mesma situação seis anos atrás. Ela conta que teve vergonha de denunciar na época, mas foi até a delegacia esta semana e fez um boletim de ocorrência.
Depois que ela postou seu relato nas redes sociais, mais de 40 mulheres enviaram mensagens afirmando que também foram estupradas por Bruno – e que também tiveram vergonha e medo de denunciar. Uma outra mulher, de 28 anos, chegou a fotografar as marcas da violência que Bruno deixou.
As acusações de estupro estão sendo investigadas. A investigação do atropelamento também continua. O modelo responde por homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar.
Do hospital para presídio
Bruno Krupp foi levado no sábado (6) para a unidade de pronto-atendimento do Complexo de Gericinó, em Bangu. Ele estava em um hospital desde o dia do atropelamento, já com prisão preventiva decretada.
A ida do modelo para o presídio aconteceu depois de a polícia encontrar contradições entre o laudo do hospital, que o liberava para receber alta – o que permitiria que ele fosse levado para unidade prisional -, e o laudo de um médico contratado pela própria família do modelo, que solicitava que ele fosse transferido para uma UTI. Para a polícia, foi uma tentativa de obstrução das investigações.