A 10 meses da eleição, 34% avaliam positivamente trabalho dos prefeitos

A menos de 10 meses para as eleições municipais –o 1º turno está previsto para 6 de outubro de 2024–, a avaliação que os eleitores dizem fazer do trabalho dos prefeitos indica melhora em relação aos levantamentos anteriores.

Um terço (34%) do eleitorado diz que o desempenho dos chefes municipais é “bom” ou “ótimo”. A taxa oscilou 2 pontos percentuais para cima desde dezembro de 2022, a última vez que a pergunta foi feita, e atingiu o maior valor desde fevereiro de 2021, quando também registrava 34%. Os dados são de pesquisa PoderData, realizada de 16 a 18 de dezembro de 2023.

A maior parte do eleitorado (43%), entretanto, diz que o trabalho da prefeitura de sua cidade é “regular”. Outros 2 em cada 10 brasileiros avaliam que o desempenho do chefe do Executivo municipal é “ruim” ou “péssimo”. A avaliação negativa está em trajetória de queda desde março de 2022, quando registrava 31%. De lá para cá, caiu 11 pontos percentuais. É o 2º percentual mais baixo dessa taxa desde o início da série histórica do PoderData.
A pesquisa foi realizada pelo PoderData, empresa do grupo Poder360 Jornalismo, com recursos próprios. Os dados foram coletados de 16 a 18 de dezembro de 2023, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 2.500 entrevistas em 244 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro no estrato geral da pesquisa é de 2 pontos percentuais. O intervalo de confiança é de 95%.

Para chegar a 2.500 entrevistas que preencham proporcionalmente (conforme aparecem na sociedade) os grupos por sexo, idade, renda, escolaridade e localização geográfica, o PoderData faz dezenas de milhares de telefonemas. Muitas vezes, são mais de 100 mil ligações até que sejam encontrados os entrevistados que representem de forma fiel o conjunto da população. Saiba mais sobre a metodologia lendo este texto.

ESTRATIFICAÇÃO

O PoderData estratifica os dados por recortes demográficos. O Poder360 destaca:

mais bem avaliado – a taxas de “bom” e “ótimo” são mais altas nas regiões Nordeste (44%) e Sul (40%);
avaliação negativa – os adultos de 45 a 59 anos (24%) e os moradores da região Norte são os mais críticos à gestão municipal.

CRUZAMENTO: APROVAÇÃO AO GOVERNO LULA

A avaliação dos prefeitos no grupo dos que dizem aprovar a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os que expressam desaprovação ao governo é praticamente a mesma –empata no limite da margem de erro da pesquisa, de 2 pontos percentuais. Nos 2 estratos, a maior parte considera o trabalho desempenhado pelas prefeituras como “regular”: 42% e 44%, respectivamente. Os percentuais nos grupos também são próximos aos da população em geral.

consideram “ótimo” ou “bom” – 34% dos que aprovam e 32% dos que desaprovam
consideram “ruim” ou “péssimo” – 19% dos que aprovam e 21% dos que desaprovam.

CRUZAMENTO: VOTO EM 2022

A avaliação dos prefeitos também é similar ao estrato geral da pesquisa quando é feito o cruzamento entre os que declaram ter votado em Jair Bolsonaro (PL) e no atual presidente no 2º turno das eleições de 2022. No eleitorado bolsonarista, 41% avaliam de forma “regular” os prefeitos. Dentre os que votaram em Lula, o percentual é de 42%.

Já a percepção negativa sobre o trabalho dos prefeitos é de 23% dentre os que expressaram voto no ex-chefe do Executivo e de 19% no eleitorado lulista.
A disputa entre Lula e Bolsonaro deve se repetir nas eleições municipais de 2024. Para o atual presidente, o pleito será nacionalizado. “Eu, sinceramente, acho que nessa eleição vai acontecer um fenômeno, vai ser outra vez Lula e Bolsonaro disputando essas eleições no município”, declarou em discurso para a militância do PT no início deste mês.

O chefe do Executivo e o seu partido trabalham com o confronto em vista. Lula tem subido o tom em falas sobre a reação dos petistas aos opositores. “Quando o cachorro late para a gente, a gente não baixa a cabeça, a gente late para ele também”, já afirmou o presidente.

O partido quer eleger um número significativo de prefeitos e vereadores em 2024, depois do desempenho ruim em 2016 e 2020. A legenda chegou a ter 643 prefeituras em 2012, durante o governo de Dilma Rousseff. Atualmente, o PT tem prefeitos em 277 municípios.

Por outro lado, o PL traça a meta ambiciosa de eleger cerca de 1.500 prefeitos no próximo pleito. O presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, diz contar com “um time de peso” para alcançar o objetivo.

O Poder360 mostrou que, nas capitais, o partido de Jair Bolsonaro é o mais competitivo para as eleições do próximo ano, junto ao MDB. A legenda tem 5 nomes liderando isolados ou empatados em 1º lugar em pesquisas de disputas pelas prefeituras. São eles:

Éder Mauro, em Belém (PA);
Nikolas Ferreira, em Belo Horizonte (MG);
Abílio Brunini, em Cuiabá (MT);
João Henrique Caldas, o JHC, em Maceió (AL)
e Janad Valcari, em Palmas (TO).
O PT tem só um nome nessa condição: Adriana Accorsi, em Goiânia.

PODERDATA

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