POLÍTICA
‘Achei que eu tinha rachado o cérebro’, diz Lula sobre queda no banheiro
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva revelou detalhes sobre o acidente ocorrido no último dia 19 de outubro, quando sofreu uma queda no banheiro do Palácio da Alvorada, resultando em um traumatismo craniano. Lula, que teve um corte na nuca e sangramento significativo, compartilhou o momento tenso e os desafios que enfrentou após o ocorrido.
A queda aconteceu quando o presidente estava cortando as unhas, em um momento aparentemente simples. “Eu caí de onde eu nunca deveria ter caído”, disse, com humor, durante a gravação para o programa PODK Liberados, que será transmitido no próximo domingo, 10.
Lula explicou que, ao tentar guardar o estojo de cortar unhas, não conseguiu manter o equilíbrio: “Eu estava sentado. Quando eu fui guardar o estojo [com o kit de cortar unhas], ao invés de eu mexer com o banco, eu mexi só com o corpo. Bom, e aí, o dado concreto é o seguinte, é que não teve mais espaço, ou seja, a minha bunda não levitou, então eu caí e bati com a cabeça.”
A batida foi forte o suficiente para causar um sangramento considerável. “Foi uma batida muito forte, saiu muito sangue”, relembrou Lula em entrevista à RedeTV!.
“Eu achei que eu tinha rachado o cérebro, rachado o casco, sabe?”, continuou, descrevendo o susto imediato que teve.
Ele foi levado ao Hospital Sírio-Libanês, em Brasília, onde fez exames para avaliar os danos. “Eu achei que era uma coisa muito mais grave. A batida mexeu com o cérebro”, disse o presidente.
A equipe médica que acompanha Lula, liderada pelo cardiologista Roberto Kalil Filho, confirmou que o presidente sofreu uma pequena hemorragia. Embora os exames mostrem que não há complicações graves, os médicos ainda realizam ressonâncias magnéticas para monitorar possíveis sangramentos.
“Eu estou tomando alguns remédios para prevenção”, explicou Lula. “Eu vou me cuidar, até os médicos dizerem: ‘Você está apto outra vez’. Porque batida na cabeça é uma coisa sempre muito delicada.”
Como resultado do acidente, o presidente foi forçado a cancelar várias viagens internacionais programadas. Ele não compareceu à cúpula do Brics na Rússia, participando da reunião por videoconferência. Também cancelou uma viagem à Colômbia, onde deveria participar da COP16 sobre Biodiversidade, e enviará o vice-presidente, Geraldo Alckmin, para representá-lo na COP29, no Azerbaijão, na próxima semana.
Lula também reforçou que seguiu a orientação médica de evitar viagens longas de avião. “Os médicos me aconselharam a não viajar em voo prolongado, então eu suspendi toda a viagem de avião”, explicou.
O boletim médico divulgado no dia seguinte ao acidente indicou que o presidente sofreu um ferimento corto-contuso na região occipital, localizada na parte de trás da cabeça. Embora esse tipo de lesão possa variar em gravidade, os médicos ressaltaram que é importante manter o acompanhamento para garantir que não haja complicações internas.
Lula, por sua vez, afirmou que está se recuperando bem. “Eu estou bem, estou trabalhando normalmente”, disse o presidente, aliviado por não ter sofrido danos maiores. “Eu só posso dizer a ele que a batida foi muito forte.”
O presidente continua em recuperação e deve ser monitorado por mais algumas semanas. Os médicos indicam que o período de acompanhamento pode durar entre 15 e 30 dias para garantir que os efeitos do tombo sejam completamente avaliados.