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POLÍTICA

André Kamai alerta para riscos do empréstimo de R$ 67 milhões

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Em pronunciamento na tribuna da Câmara Municipal de Rio Branco, na manhã desta terça-feira, 6, o vereador André Kamai (PT) pediu cautela em relação ao pedido de empréstimo de R$ 67 milhões feito pelo prefeito Tião Bocalom para a aquisição de ônibus. O projeto, previsto para renovar parte da frota com veículos elétricos, foi duramente questionado pelo parlamentar.

Kamai esclareceu que, após analisar o conteúdo do pedido, procurou especialistas e leu atentamente as condições de financiamento. “É um programa do governo Lula, uma boa oportunidade de financiamento. Mas Rio Branco não tem frota própria. Como vamos gerenciar uma frota se não temos estrutura nem contrato com empresas sérias?”, indagou.

“O sistema de transporte coletivo está há três anos na escuridão. O portal da transparência está desatualizado desde 2020. Não sabemos sequer quantos ônibus existem hoje, nem a real situação nas ruas. Agora o prefeito nos apresenta esse empréstimo como se fosse uma panaceia, mas sem nenhuma clareza de gestão”, declarou Kamai. Para o vereador, o simbolismo de adquirir apenas cinco ônibus elétricos é uma peça de marketing que não resolverá o caos enfrentado pela população todos os dias.

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Segundo o vereador, é preciso debater profundamente a vida útil dos ônibus e quem arcará com a dívida – que irá perdurar por 20 anos. “Já aprovamos um empréstimo de R$ 140 milhões e o asfalto virou poeira. A responsabilidade é nossa”, pontuou.

Kamai insistiu na necessidade de esgotar o debate nas comissões da Câmara e destacou que outros municípios que aderiram a esse financiamento possuem estabilidade econômica e estrutura de gestão – casos diferentes de Rio Branco. “Não podemos ser cúmplices de um projeto improvisado. É preciso discutir o modelo de gestão dessa frota, entender quem vai cuidar, se haverá concurso para motoristas e mecânicos ou se haverá parceria público-privada. Hoje, sequer temos uma empresa licitada. Vamos entregar ônibus novos para uma empresa irregular?”

Encerrando seu discurso, o parlamentar afirmou que a Câmara precisa agir com responsabilidade. “Estamos aqui para garantir que esse debate seja maduro, transparente e responsável. Não aceitaremos ser instrumentos de publicidade. Temos o dever de pensar no hoje e no amanhã de Rio Branco. Essa decisão tem que ser coletiva e madura, porque depois a conta chega, e quem responde é esta Casa.”

A urgência do pedido foi rejeitada por Kamai, que solicitou que o projeto percorra as comissões de Infraestrutura, Orçamento e Transporte antes de ir ao plenário. “Não seremos avalistas de uma gestão que age na improvisação. Temos responsabilidade com o futuro da nossa cidade e de sua população”, finalizou.

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