“Fizemos uma análise da nova situação política criada pelo vazamento de imagens envolvendo servidores do Palácio do Planalto. Na nossa opinião, isso cria uma nova situação política e faz com que aqueles que ‘passaram pano’ para os atos terroristas do dia 8 de janeiro e que tentam criar teorias da conspiração, de que as vítimas tem responsabilidade sobre a atuação dos terroristas”, disse.
Segundo o ministro, após a veiculação das imagens, imediatamente foi convocada uma reunião com líderes para a discussão do impacto político que as imagens e, posterior demissão, tiveram e ainda podem ter no governo.
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“Na nossa opinião, o vazamento editado dessas imagens, cria uma nova situação política e por conta disso e por isso, orientamos o líder da Câmara, do Senado e Congresso, para no diálogo com os líderes dos partidos que compõem a base, afirmar que caso a sessão do Congresso, na próxima semana, tenha uma leitura da instalação de uma CPMI, apoiaremos a instalação e vamos orientar os líderes a indicarem membros”, pontuou.
Segundo Padilha, os próprios líderes reafirmaram essa posição. “Reforçamos que a possibilidade da CPMI será uma pá de cal nessa tentativa de criar uma teoria conspiratória. Reforçamos que a possibilidade da CPMI não interferirá no calendário das MPs que o governo encaminhou”, completou o ministro.
Na fala, o ministro também elogiou a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em determinar que a Polícia Federal ouça o ex-chefe do GSI, em até 48 horas.
“Está correta a decisão do ministro Alexandre de Moraes. Vai na linha daquilo que a Polícia Federal anunciou ontem, de analisar as imagens e ouviur todos os agentes que apareceram. As instituições estão funcionando. Nós estancamos um golpe no dia 8 de janeiro que queria destruir a democracia brasileira”, acrescentou.
Demissão
Após a CNN Brasil divulgar um vídeo que mostra o ex-chefe do GSI dentro do Palácio do Planalto durante as invasões golpistas de 8 de janeiro, Gonçalves Dias, pediu demissão do cargo, na noite de quarta-feira (19/4). É a primeira baixa no alto escalão do governo Lula, pouco tempo depois de completar 100 dias.
Nas gravações é possível ver, além de Gonçalves Dias, militares do GSI, que são responsáveis pela segurança de autoridades e do Planalto, guiando os invasores para portas de saída, em clima ameno.
As imagens das câmeras de segurança do Planalto levaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a convocar uma reunião de emergência com ministros do governo para tratar sobre o assunto. Estiveram presentes o vice-presidente Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria e Comércio); Rui Costa (Casa Civil); Flávio Dino (Justiça), Alexandre Padilha (Relações Institucionais); e Paulo Pimenta (Comunicação Social).
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Após essa reunião, Lula se encontrou a sós Gonçalves Dias. Foi quando o então ministro se explicou para o presidente e colocou o cargo à disposição. Mais tarde, em uma publicação extra do Diário Oficial da União (DOU), o governo oficializou o nome do atual secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, para assumir o comando do GSI de forma interina.