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POLÍTICA

“Até quando?”: André Kamai denuncia crime ambiental da Prefeitura que aflige moradores da Baixada em Rio Branco

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Na sessão desta terça-feira (29), o vereador André Kamai (PT) usou a tribuna da Câmara Municipal para denunciar, com veemência, o que classificou como “crime ambiental” cometido pela Prefeitura de Rio Branco, apontando diretamente para o sistema de descarte da Estação de Tratamento de Água (ETAs I e II) como a origem de uma catástrofe que tem se repetido com frequência.

Segundo o vereador, a cada nuvem que se forma no céu de Rio Branco, a angústia volta a bater à porta de milhares de famílias da Baixada da Sobral. Moradores dos bairros João Paulo, Boa União, Plácido de Castro e Boa Vista já não convivem apenas com a ameaça da chuva, mas com o medo de perder o pouco que têm.

“Essas pessoas veem o tempo fechar… e o tempo fecha dentro da casa delas”, desabafou Kamai. O parlamentar relatou ter recebido mensagens de moradores durante a noite, em desespero, pedindo ajuda após uma enxurrada repentina invadir casas, arrastar móveis e espalhar lama por todos os cômodos. O motivo, segundo os relatos que ouviu em uma audiência pública realizada na própria região, não é o volume das chuvas, mas o assoreamento do córrego que corta os bairros e recebe o descarte de areia da ETA. “As imagens são claras: a água vem misturada com areia. Isso não acontecia há dois anos”, afirmou à imprensa.

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A Prefeitura, embora tenha enviado representantes à audiência – inclusive os secretários do Saerb, Infraestrutura e Cuidados com a Cidade – ainda não apresentou um plano concreto para resolver o problema. Kamai cobra uma ação estruturada e urgente. “Não dá mais para a gente subir aqui na tribuna e falar de novo o que essas pessoas já gritam nas ruas”, criticou. O vereador afirmou, ainda, que até as chuvas mais leves, de poucos minutos, têm causado alagamentos imediatos. “A descarga da ETA coincide com a chuva e o córrego, já entupido de areia, não dá vazão. A água sobe. E sobe rápido.”

A crise vai além das enchentes. Kamai alertou para o abandono social vivido por essas comunidades. “O que a gente não pode dar a essas pessoas é o silêncio. A omissão. A Prefeitura precisa dizer o que vai fazer. Até quando vamos esperar promessas que não se cumprem? Até quando essas famílias terão que sair dali porque não suportam mais?”

Com tom indignado, o vereador reforçou que a Câmara não pode se calar diante do sofrimento de tantas famílias. Ele cobra do Executivo transparência, planejamento e respeito. “Virou tormento, a chuva. Precisamos dar uma resposta.”

Enquanto isso, cada gota que cai do céu carrega o peso da negligência. E, na Baixada, a previsão é de mais do mesmo: lama, prejuízo e dor.

Informações da assessoria

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