O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou a sede da Polícia Federal, nesta quarta-feira (25/4), após mais de 2 horas de depoimento sobre a participação dele nos ataques aos prédios dos Três Poderes da República em 8 de janeiro. Bolsonaro chegou à sede da PF por volta das 8h50 e deixou o prédio às 11h20.
A oitiva foi a segunda de Bolsonaro no local em menos de um mês. Em 5 de abril, o mandatário foi ouvido pela PF por 2h30 para explicar sobre as joias que ganhou de presente da Arábia Saudita.
Aos investigadores, Bolsonaro alegou que estava sob efeito de remédios quando compartilhou vídeo com informações falsas que questionam o resultado da última eleição, no Facebook. Após a publicação, o ex-mandatário virou alvo de inquérito que apura os responsáveis pelos atos golpistas de 8 de janeiro.
A informação foi divulgada pelo ex-ministro e advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten. O ex-chefe da Secom reforçou que o próprio Bolsonaro repudiou os protestos violentos ocorridos em Brasília.
Investigação por atos golpistas
Bolsonaro foi incluído na investigação que apura a invasão dos prédios do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do STF, com depredação do patrimônio público, no início de janeiro.
A PGR sustentou que a inclusão de Bolsonaro nas investigações é para apurar se ele teria incitado a prática de crimes contra o Estado Democrático de Direito ao compartilhar vídeo nas redes sociais. A postagem reiterava a tese infundada de que houve fraude na eleição do ano passado para presidente da República.
Segundo o ministro, a partir de afirmações falsas, repetidas por meio de redes sociais, se formula uma narrativa que deslegitima as instituições democráticas e estimula grupos de apoiadores a atacarem pessoas que representam as instituições, pretendendo sua destituição e substituição por outras alinhadas ao grupo político do ex-presidente. Além disso, se instiga apoiadores a cometerem “crimes de extrema gravidade contra o Estado Democrático de Direito, como aqueles ocorridos no dia 8/1/2023”.
Moraes lembrou que Jair Bolsonaro reiteradamente incorre nas mesmas condutas, sendo objeto de outras apurações na Corte (INQs 4874, 4878, 4888).
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