Pesquisar
Feche esta caixa de pesquisa.
Pesquisar
Feche esta caixa de pesquisa.

POLÍTICA

Augusto Aras pede suspensão de investigação contra ex-assessor de Arthur Lira

Publicado em

O procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu a suspensão de investigação da Polícia Federal (PF) que apura suposto esquema envolvendo aliados do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), entre eles, o ex-assessor do parlamentar.

Aras atendeu a um requerimento da Mesa Diretora da Câmara para que o inquérito seja remetido da 2ª Vara Federal de Maceió, em Alagoas, para o Supremo Tribunal Federal (STF).

Continua depois da publicidade

Na manifestação, o PGR sustenta que, como há menção ao deputado federal Gilvan Máximo (Republicanos-DF), que teria supostamente se beneficiado do esquema, o caso deve ser analisado no Supremo. Portanto, pediu a paralização do inquérito até que a Corte decida a competência da investigação em tramitação na primeira instância da Justiça Federal.

A Polícia Federal, com o apoio da Controladoria-Geral da União (CGU), deflagrou operação no início deste mês, que visa desarticular organização criminosa suspeita de fraude em licitação e lavagem de dinheiro em Alagoas. O esquema envolve recursos destinados a kits de robótica pelo Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE). Entre os alvos, alvos estão aliados do presidente da Câmara.

Continua depois da publicidade

Os crimes teriam ocorrido entre 2019 e 2022, durante a realização de processos licitatórios, adesões a Atas de Registro de Preços e celebrações contratuais relacionadas ao fornecimento de equipamentos de robótica para 43 municípios alagoanos, cujos recursos aplicados ou previstos seriam de natureza federal, oriundos do FNDE.

Em 2018, o STF fixou o entendimento de que o foro privilegiado para parlamentares vale apenas para investigações de crimes cometidos durante o mandato ou em decorrência dele. Não é o caso de Gilvan, que tomou posse em fevereiro de 2023.

No entanto, Aras solicitou que o ministro Luís Roberto Barroso, relator da reclamação da Câmara, analise o caso em particular e tome uma decisão sobre em qual instância o inquérito deve tramitar.

Continua depois da publicidade

Entenda a investigação

As fraudes e o superfaturamento, segundo a CGU, geraram prejuízo aos cofres públicos de R$ 8,1 milhões, além de sobrepreço, com fraude que pode chegar a R$ 19,8 milhões. Durante a operação, os policiais encontraram, ainda, grande quantia de dinheiro na casa de alvos, em Brasília e Alagoas.

De acordo com a investigação, as contratações teriam sido ilicitamente direcionadas a uma única empresa fornecedora dos equipamentos de robótica, por meio da inserção de especificações técnicas restritivas nos editais dos certames e de cerceamento à participação plena de outros licitantes.

Continua depois da publicidade

Além das medidas judiciais cumpridas na operação, foram determinados o sequestro de bens móveis e imóveis dos investigados, no valor de R$ 8,1 milhões, e a suspensão de processos licitatórios e contratos administrativos celebrados entre a empresa fornecedora investigada e os municípios alagoanos que receberam recursos do FNDE para aquisições de equipamentos de robótica.

A diligência identificou ainda que foram realizadas, pelos sócios da empresa fornecedora e por outros investigados, movimentações financeiras para pessoas físicas e jurídicas sem capacidade econômica e sem pertinência com o ramo de atividade de fornecimento de equipamentos de robótica, o que pode indicar a ocultação e dissimulação de bens, direitos e valores provenientes das atividades ilícitas.

Algumas dessas transações eram fracionadas em valores individuais abaixo de R$ 50 mil, com o fim aparentemente de burlar o sistema de controle do Banco Central. Após as transações, eram realizados saques em espécie e entregas dos numerários aos destinatários.

Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade
Propaganda
Advertisement