POLÍTICA
Bancada Federal do Acre não terá espaço na composição da CPMI de 8 de janeiro
Os membros da bancada federal do Acre no Congresso Nacional, composta de três senadores e oito deputados federais, pelo menos nove de perfil bolsonarista e portanto de oposição ao atual governo petista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não terão vez na composição, nem mesmo como suplentes, da Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI) sobre os atos do dia 8 de janeiro.
Dos 11 membros, os parlamentares mais próximos ao governo Lula são o senador Sérgio Petecão (PSD) e a deputada federal Socorro Neri (PP), que compõem partidos com espaço na Esplanada dos Ministérios. Mesmo assim, os dois não foram lembrados, assim como não foram também os outros dois senadores e sete deputados de oposição ao Governo Lula.
A CPMI que deve ser instalada já na semana que vem. Para compor o colegiado, articuladores do governo e da oposição vem escolhendo os membros a partir do perfil pessoal de seus aliados. No Governo, a aposta é pela diversidade na composição. O Planalto quer dar preferência para congressistas com visibilidade midiática, posicionamentos combativos e experiência no Legislativo.
Políticos com esse perfil, no geral, têm alcance e repercutem nas redes sociais, onde o governo e oposição devem disputar qual narrativa prevalecerá. Outra estratégia é também incluir políticos evangélicos que defendam pautas mais progressistas e que possam furar a bolha da esquerda.
Líderes partidários já começaram a definir os integrantes da CPMI. Para a presidência e a relatoria, os maiores blocos da Câmara e do Senado tentam acordo. O deputado Arthur Maia (União Brasil-BA) é o principal cotado para a presidência. O deputado do União Brasil é o favorito para comandar a CPMI com a desistência de André Fufuca (PP-MA) de disputar o cargo. O líder do PP na Câmara disse que, apesar de ter recebido apoio, não poderia assumir “missão desse porte” já que a comissão deve exigir “dedicação exclusiva”.
A comissão deve ser instalada no máximo na terça-feira (16) semana que vem. Serão 16 deputados e 16 senadores titulares com igual número de suplentes. Seguindo a linha esperada pelo governo, o PDT decidiu indicar a deputada Duda Salabert (PDT-MG), uma das duas representantes transsexuais do Congresso. Entre os cotados com o perfil esperado pelo Executivo, também está o deputado Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ).
O pedido de criação da CPMI foi lido no dia 26 de abril, em sessão do Congresso. As siglas devem fechar as indicações na semana que vem. Vários deputados querem compor o grupo e, por isso, o Planalto preferiu definir um perfil ideal em vez de indicar nomes. A federação formada por PT, PC do B e PV deve indicar Jandira Feghali (PC do B-RJ) e Lindbergh Farias (PT-RJ), mas o deputado Rogério Correia (PT-MG) também colocou seu nome no páreo.
No Senado, a oposição apostará em nome de grande popularidade nas redes sociais. O Republicanos indicou Damares Alves (DF) para ser titular e Cleitinho (MG) como suplente. O PL deve ter duas vagas para titulares e duas vagas para suplentes. Cogita indicar os senadores Flávio Bolsonaro (RJ), Jorge Seif (SC), Rogério Marinho (RN) e Magno Malta (ES). Para repetir a atuação assídua da CPI da Pandemia, o líder do Governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), também deve compor a comissão. Ele mudou de bloco partidário para “encher” o grupo do PT e conquistar mais uma cadeira a favor do governo.
Único representante da Rede na Casa, o senador integrava antes o maior bloco formado com o MDB, mas mudou para a aglutinação com PT, PSB e PSD. Além de Randolfe, o núcleo duro da CPI da Covid também deve ser acionado para integrar a nova comissão de investigação. Hoje integrantes da base do governo, os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Omar Aziz (PSD-AM) também devem ser indicados.
Na Câmara, o superbloco do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), deve ter 5 integrantes, mas ainda não há definição de todos os nomes. Além de Arthur Maia e Duda Salabert, do grupo, já foi definida a indicação do deputado Duarte (PSB-MA). O 2º maior bloco da Casa, que inclui MDB, PSD, Republicanos, Podemos e PSD, deve ter direito a 4 vagas. Paulo Magalhães (PSD-BA) e Rodrigo Gambale (Podemos-SP) serão indicados.